Gedilson Novaes de Carvalho
Graduado: Em história/UESPI
Graduando: Em Matemática/UAPI/UFPI
É impressionante como as pessoas, de todos os níveis, perguntam e comentam sobre a situação política do momento, localmente e no Brasil. Há certa desorientação e inquietação generalizada. Quem está certo? Quem está dizendo verdades? Quem está se aproveitando da situação? Quem está, descaradamente, mentindo? No que vai dar tudo isso que está sendo dito e mostrado? As pessoas estão perplexas. Permitimo-nos aqui, neste espaço absolutamente livre e democrático, sem promessas nem esperanças de sacolões e mensalões,malas e malinhas, expor algumas ideias construtivas que vai ajudar a você ter o pensamento mais perplexo na área politica e ficar mais atento aos falsos políticos:
Atentamo-nos aqui para a primeira observação: a democracia dita representativa está tremendamente em crise e não é nada representativa, nem mesmo estatisticamente. Tanto em nível municipal, estadual como federal ela é uma aberração. Os que estão exercendo o poder Legislativo representam um número muito pequeno de eleitores. Basta um exercício elementar de estatística, somando os votos dos que são vereadores ou deputados hoje ?legítimos representante?, e veremos que essa soma de votos não alcança, em nenhum município ou Estado, os votos de 30% dos eleitores. Que representatividade é essa? São representantes de pequenos grupos de interesse e de pressão. E que, efetiva, garantida e eficazmente cobram ações dos eleitos para que seus interesses sejam plenamente atendidos.
Observaremos aqui a segunda observação sobre a qualificação dos eleitos: para ocupar qualquer cargo em empresas, escolas, associações, igrejas etc., exige-se a comprovação de habilitação e qualificação, quando não também experiência. Para o exercício e ocupação de um cargo político nada disso é exigido. Qualquer um acha-se habilitado e qualificado. E concorre, usando dos meios de que dispõe: dinheiro, influência, mentira, calúnia, sabotagem, boicote, pressão, infidelidade, promessas mirabolescas, enganos etc.
Vímos agora a quarta observação sobre a consciência dos cidadãos: cidadania, hoje, mais que nunca, implica em participação. Para participar é necessário um mínimo de consciência e de conhecimento do que está acontecendo. Temos uma marca muito forte de alienação com relação à realidade política, à organização e funcionamento da sociedade. As pessoas preferem distância dessa realidade e não envolvimento, comprometimento e participação. Cada um pensa em poder aproveitar de alguma coisa para si, quer algum benefício próprio. Se o eleitor não ganhar algum dinheirinho, ele não vota em candidato honesto e sério e pobre, uma realidade absoluta que perdura no processo político brasileiro, onde a consciência é mínima.
Vejamos agora a quinta observação sobre o não conhecimento nem prática do princípio do bem comum. A característica mais forte é tirar proveito individual. Além disso, aqueles que se elegem (porque não são eleitos!) sentem-se como proprietários do bem público. Se um vereador, um deputado, um prefeito faz uma obra que beneficia a população, ele quer ser visto como alguém que, por iniciativa própria, como se o município ou o Estado fosse uma empresa particular sua, fez um favor à população, a coitadinha que não sabe se ajudar. Até festas de comemoração de aniversário de município são apresentadas como um presente do Poder Público à população. Que presente que nada! A população, sem saber, está pagando e pagando muito caro o show ou espetáculo de aniversário do município. Qual dos munícipes foi consultado se ele está de acordo que se faça esse tipo de comemoração. Ou somos governados por oniscientes? Ou gênios? Ou Adivinhos?
Então, se hoje alguém se pergunta: por que a situação política está tão caótica, sem crédito, atrapalhada e desorientada, certamente, não é culpa da população. Essa sabe muito bem quais são suas necessidades prementes e urgentes. Mas sabe também que não é escutada. Conseguiram cortar a garganta da população!
Mas, aos poucos, a indignação começa a tomar corpo. E, não fiquemos admirados e surpresos.
Uma análise profunda, feita levando-se em conta a racionalidade deve se ater em alguns aspectos que os considero fundamentais: quais são os interesses dos formuladores dessas parcerias? A resposta é simples: o poder. Se isso é verdade e, creio que o seja, então o desejo do eleitor fica em segundo ou terceiro plano, já que a meta é satisfazer as necessidades dos integrantes das agremiações e de quem deu sustentação às campanhas.
Para que as intenções dos correligionários sejam satisfeitas, apresentam projetos e programas que não condizem muito com a realidade ideológicas das legendas, entretanto, a proposta precisa existir para se ter o que prometer ao povo, a quem o poder pertence de fato e tem a capacidade de outorgá-lo a quem achar em melhores condições de chefiar o município, o Estado ou a Nação.
Entretanto, o cidadão está em condições de escolher o melhor candidato entre tantos que disputam os cargos eletivos? Novamente uma resposta rápida e certeira: não! A certeza advém do fato histórico do Brasil em privilegiar as elites e deixar de lado a educação das classes inferiores. Essa compreensão pode ser observada na matriz colonizadora brasileira, que é jesuítica que sempre priorizou as camadas mais abastadas da sociedade. Do outro lado há uma forma diferente de colonização: a protestante que optaram pela educação do povo e a partir daí construir um Estado.
Enfim, é nesse universo político brasileiro que as coligações partidárias são concretizadas, sem que o povo saiba de fato quais são os interesses em jogo. Esse cenário é preocupante porque acontecem a cada quatro anos durante os pleitos municipais e, quem outrora era adversário hoje é companheiro de chapa e vice-versa. Coisas da política, conforme Maquiavel.
No entanto, e conforme linhas gerais, o processo político redencense, também estão enquadradas neste universo, de uma política histórica brasileira, da qual, sempre deixou os anseios e medidas urgentes á população em segundo plano, ficando assim, a sociedade, circulada neste jogo democrático, mas, sempre tendo suas consequências políticas,sofre, ou às vezes sofrem amenos.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.