Incide sobre Wilson Martins acusações de que seu governo teria ligações com o grave problema de grilagem de terras nos cerrados piauienses. Mandando no Institutos de Terras do Piauí - Interpi desde 2007, Wilson foi alvo de denúncias de advogados e de uma odontóloga junto ao Ministério Público Federal, polícias Federal e Civil e Ministério Público Estadual e Conselho Nacional de Justiça e chamado de ?o maior grileiro de terras do Piauí?. Uma gravação feita numa reunião entre um lobista do Interpi e empresários evidenciou as relações incestuosas e o tráfico de influência que ocorreria dentro do Palácio de Karnak e no Instituto de Terras do Piauí.
Agora, surgem outros documentos que agravariam ainda mais as suspeitas e comprometem a lisura da sua administração. Segundo o artigo 9o da Lei 5.966/2010 que regulamentava a regularização fundiária dos Cerrados naquele ano: ?Poderá adquirir o domínio de terras públicas do Estado do Piauí aquele que, sendo legítimo ocupante, estiver produzindo, levando-as a cumprir a sua função social, dispensado a estes o procedimento licitatório, mediante o pagamento do valor da terra nua ao preço de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais), com abatimento de 80% (oitenta por cento) para pagamento a vista, ou com 10% (dez por cento) de entrada e o resto em até 10 (dez) parcelas anuais corrigidas pela Unidade Fiscal de Referência do Estado do Piauí ? UFR-PI.?
Mesmo sem plantar uma semente ou colher um grão de soja, Nonato Marreiros, ex-prefeito de Pimenteiras, aliado político de Wilson Martins e atual ocupante do cargo de Diretor Administrativo da Agespisa, foi agraciado com o desconto previsto em lei para a compra de 2.500 hectares de terras na região de Uruçuí. Tudo aparentemente dentro da lei, mas as terras não eram produtivas e nem cumpriam sua função social. Ao que tudo indica e conforme as denúncias que chegam ao Capital Teresina, Nonato e outros aliados de Wilson Martins foram agraciados com títulos em papéis que valem algumas dezenas de milhões de reais. Pelo preço "vendido" pelo Estado as terras foram adquiridas por R$ 625.000,00, pagos em 10 parcelas anuais de R$ 62.500,00.
Pelo mínimo de mercado, as terras valem R$ 6,5 milhões de reais, dez vezes mais do que o preço pago. O título é assinado pelo próprio governador Wilson Martins que, que pela proximidade com Nonato Marreiros, por ele foi nomeado diretor da Agespisa, deveria saber que o ex-prefeito não é bem o que se pode chamar de fazendeiro. Segundo informações, Nonato Marreiros estava tentando vender os títulos das terras para empresários de São Paulo por R$ 5 milhões de reais. Não conseguiu.
FONTE. capitalteresina
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