Mais de 120 famílias vivem as margens da barragem e temem que ela seque totalmente
Postado:Leila Fernanda
O açude que forma a Barragem de Bocaína, está armazenando apenas 20% de sua capacidade de água. A represa que abastece várias cidades da região e garante renda para centenas de famílias ameaça secar, e os moradores reclamam da vasão de água no local, liberada pelas comportas da barragem, que podem acelerar este processo.
O reservatório de água é a principal atração turística e fonte de renda do município de Bocaina, tendo capacidade de armazenar 106 milhões de metros cúbicos de água. Devido a seca que já dura dois anos, os projetos de piscicultura, plantios e o turismo da região estão ameaçados. A água da barragem também abastece as cidades de Bocaina, São João da Canabrava, São Luís do Piauí, Picos e Sussuapara.
Foto:Gil Oliveira
?Nossa produção de peixes é referência na região, produzíamos até 300 toneladas de peixes por ano, mas nesses dois últimos a produção caiu muito e produziremos no máximo 100 toneladas. Por conta da falta de chuvas, vamos investir apenas 30% dos recursos que estavam programados?, disse o piscicultor João Francisco da Luz.
Mais de 120 famílias vivem as margens da barragem e temem que ela seque totalmente. ?Sabemos da importância da água escoar pelo leito do Rio Guaribas para atender outras famílias ribeirinhas, mas questionamos a má gestão do Departamento de Obras Contra a Seca no Piauí (Dnocs), já que as comportas estão sempre abertas e tem uma grande vasão?, disse o comerciante Feitosa Vieira.
Devido a situação da barragem, o comerciantes informou que uma comissão de pessoas que moram no local vieram à sede do Dnocs, em Teresina, para relatar o problema. ?Fomos recebidos por um diretor e ele revelou através de um documento que as comportas ficarão abertas por que ainda tem muita água para soltar. Isso nos deixou indignados, porque sabemos que a barragem pode secar?, afirmou Feitosa Vieira.
O comerciante Vilomar Barros revela os prejuízos que já teve por conta do baixo volume de água. ?Aqui recebíamos milhares de visitantes nos fins de semana, mas hoje são poucas as pessoas que vem ao local. Além do restaurante, tenho uma lancha que faz passeios pela barragem, antes realizava mais de 100 viagens diariamente e atualmente o número não chega a 10, tendo um prejuízo de mais de R$ 200 mil?, revelou.
Para Vilomar Barros a expectativa é que a barragem volte a encher em 2014 e os órgãos competentes saibam controlar melhor a evasão do reservatório.
Fonte:Redação
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