Temas como: coleta seletiva de lixo, limpeza pública, fiscalização do aterro sanitário, foram debatidos e avaliados em reunião na manhã dessa terça-feira, 16, na sala da secretaria municipal de Meio Ambiente de Pedro II, contando com a presença do pessoal da secretaria, do sucateiro, Sr. Raimundo Dutra, que trabalha com coleta e reciclagem de materiais, com o representante do serviço da limpeza pública municipal, Saul Martins e com o secretário de Meio Ambiente, João Batista Martins Júnior.
Diante do assunto, o senhor Raimundo Dutra, que tem experiência com o trabalho junto a material reciclável, assim se expressou sobre a necessidade da coleta seletiva de lixo, o quão importante é a população saber e poder ajudar também: "A coleta seletiva de lixo é importante, porque além de não trazer doenças para a cidade, para o povo da cidade, a cidade fica uma cidade limpa. Se me procurarem eu compro, todo 'bagulho velho' que aparecer eu compro, a fim de limpar a cidade. Porque uma cidade suja, não cheira bem, não é? A cidade tem que ser limpa e o povo tem que ser civilizado: não jogar lixo nas ruas e nem no 'inverno' jogar lixo na enxurrada que vem nas ruas para contaminar o açude, que pode estar seco pela incompetência de muitos que jogaram lixo dentro do açude!"
Ele, Raimundo Dutra, também fala sobre seu trabalho, onde as pessoas podem encontrá-lo, o pessoal que trabalha catando lixo, alguns até que às vezes vão ao aterro sanitário (o lixão) - como eles podem colaborar e participar de uma maneira mais organizada, de forma mais correta: " É indo lá em casa, o que trouxer eu compro, dentro do preço avaliado e ao chegar lá em casa, todos aqui em Pedro II já me conhecem, sabem onde eu moro, é só me procurar que nós acabamos com a polêmica do lixo no lixão."
Perguntado sobre com qual tipo de lixo ele lida principalmente e com que tipo de material, Raimundo Dutra explica que: "Ferro, alumínio, cobre, outro metal, cadeira de plástico, e outros mais, para evitar problema de acúmulo de materiais. É estilo como sucata. (...) Agora mesmo eu comprei a sucata do Bartola todinha; 73 carros eu comprei para não ajuntar mosquito da dengue. Todo mundo sabe que o Bartola tinha um cemitério de carros velhos acolá. Eu comprei ele todinho! Agora em janeiro, vem a máquina para amassar ele todinho, fazer os pacotes e levar para Fortaleza."
O senhor Raimundo Dutra deixa um recado para a população e a quem está trabalhando de forma irregular e que poderia estar trabalhando na coleta seletiva de lixo, gente que às vezes fica de forma irregular, errada, no lixão, colocando em risco a própria saúde, das crianças, dos filhos, como as pessoas podem agir para trabalhar de uma maneira regrada, correta, que não corram risco também: "É elas virem aqui na prefeitura, se cadastrar, pegar algumas orientações com a pessoa do Meio Ambiente e aí ele ensina como é que pode trabalhar: tem que trabalhar com luvas, com botas, com farda, com máscara, com tudo, para poder não pegar doença, porque sabem que o lixão é um lugar contaminado de doenças; lá tem tudo o que não presta lá dentro daquele lixão, lá não tem nada que preste para a saúde da gente."
Falando a respeito da coleta seletiva de lixo, organizada, com a separação dos materiais, o secretário João Batista Martins Júnior revela como a secretaria municipal de Meio Ambiente e a limpeza pública municipal elas vão estar interagindo nesse sentido: "O objetivo do prefeito Alvimar Martins é ver a preocupação do lixão com muita vontade de trabalho, porque não adianta erradicar o lixão sem bater de frente com as causas do lixão."
"Quem é que causa aquele aterro sanitário do município, quem é que causa o problema que tem ali? Com substâncias tóxicas, sobretudo o dioxano e o furano que tem ali? São substâncias altamente cancerígenas e que são produzidas por quem? Pelo lixo sintético. O que é o lixo sintético? É aquele lixo que não é biológico! Ou seja, se você jogou um resto de arroz dentro de um saco, o resto de arroz é biológico, é orgânico. Já o saco é sintético. O resto de arroz ele vai se transformar em adubo, em uma coisa boa. Já o saco ele vai se transformar numa coisa ruim. E se ele entrar em combustão se pegar fogo, ele vai se transformar em substâncias ruins, perigosíssimas."
"Então, o nosso objetivo é trabalhar com a limpeza do município e alguns colaboradores, como aqui cito o Seu Dutra e outras pessoas que coletam o lixo da cidade, como madeira. que é um lixo orgânico, metais, baterias, baterias de celular - que são substâncias até radioativas - a gente controlar isso. Como? Fazer com que as pessoas comecem a procurar os pontos de compra desse lixo. Evitar que esse lixo chegue no lixão. Nós estamos discutindo junto com o prefeito a construção de um novo aterro sanitário. Mas de que adianta ter o aterro sanitário se não educar o povo? O problema do lixão é o problema do lixo criado por nós moradores de Pedro II: nós é quem criamos o lixo. O lixo não desce do céu!"
"Agora nós precisamos saber e nós vamos informar isso via secretaria de Comunicação, vocês são parceiros da gente, as rádios, os meios de comunicação, de que muitos lixos eles não devem ir para o carro, para a coleta do carro. Por exemplo: se eu tenho em casa uma garrafa de refrigerante, se eu tenho uma lata de cerveja, se eu tenho um litro de vidro, ... então eu vou separar aquele lixo e vou vender aquele lixo! Então nós estamos discutindo os pontos de apoio. O nosso objetivo é tirar essas pessoas de dentro do lixão. Porque essas pessoas que trabalham no lixão, ali não é lugar de gente! As pessoas se transformam em verdadeiros animais ali dentro. Ali se tem acesso às doenças, às piores doenças que se pode ter de veiculação por mosca, doenças seriíssimas, como tétano, doenças que levam a crises respiratórias, doenças de pele, e até o próprio câncer as pessoas desenvolvem ali dentro."
"Não é fácil a gente abordar as pessoas, mas é fácil a gente desenvolver um projeto, que é um projeto que a secretaria de Meio Ambiente está tentando fazer em parcerias com a secretaria de Assistência Social, secretaria de Educação, secretaria de Infraestrutura, o pessoal da coleta do lixo, principalmente, para que nós possamos evitar, quando a gente tiver uma chuva, estar ali boiando sacos de lixo, boiando garrafas, todas vão para o açude. Não adianta discutir Meio Ambiente sem discutir esses gargalos, as causas que levam à poluição do Meio Ambiente."
"É nosso propósito fazer com que as pessoas que trabalham no lixão elas comecem a trabalhar dentro da cidade, ou seja, junto aos restaurantes, coletando esses copos, colheres, no comércio de Pedro II, no mercado, e criarmos um ponto, já discuti com o Seu Dutra, vou chamar as empresas que levam o lixo, que levam aqueles contâineres para o lixão, que evite levar para lá. Quanto mais a gente distribuir o lixo no lixão, menos vai ficar poluído o lixão."
"Então, até a peocupação do prefeito e de nós da secretaria de Meio Ambiente é de que diminuamos a quantidade de lixo naquele espaço. Principalmente esse lixo deletério, esse lixo ruim à saúde. Aqui eu conclamo a população de Pedro II a que contribua também: separe os pratos descartáveis, os copos descartáveis, as colheres descartáveis, as garrafas pet, os restos de móvel que quebrou em casa, o resto de um espelho, de um vidro, ... tudo isso é comprado, é vendido, é lucro para a dona de casa! Até a população ganha dinheiro com o lixo. A população pode ganhar dinheiro com o lixo. O quilo de lixo está em torno de R$ 0,10 (dez centavos)."
"Nós produzimos muito lixo. Agora no Carnaval, eu já estou aqui com o Saul, eu vou falar com a secretaria de Assistência Social, com o prefeito municipal, com a secretaria de Finanças, com a secretaria de Cultura principalmente, que é uma secretaria que faz o evento. Nós vamos colocar o colaboradores do lixo, ou seja, a gente vê no intervalo, no final das festas do Carnaval, os catadores do lixo carregando a infinidade de garrafas pet, garrafas de refrigerante e jogando dentro dos caminhões. Nós vamos pegar aquelas garrafas, nós vamos ensacar e nós vamos vender. Então nós vamos pegar essas pessoas para ao invés de ir catar no lixão, vamos separar ali junto às barracas e vender esse lixo para as empresas que compram. É a nossa preocupação fazer com que as pessoas que catem o lixo diminua o serviço da limpeza urbana e elas próprias podem pegar o seu saco, vender esse lixo lá nos pontos de atendimento."
"Eu vou sentar ainda para discutir isso com mais detalhes junto aqui com o Saul [do serviço de limpeza pública], junto com a secretária de Assistência Social; todas essas pessoas elas são vulneráveis socialmente, então para que a gente possa conscientizá-las de que o lixão é prejudicial a elas. Então, já tenho aqui o cadastro de em torno de 30 pessoas que trabalham dentro do lixão, para a gente ver se retira elas do lixão e comece a catar aqui e vender seu próprio lixo e ganhar o seu pão aqui pelo centro da cidade."
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.