Polícia Civil investiga caso de necrofilia em Parnaíba

Polícia Civil investiga caso de necrofilia em Parnaíba

Túmulo foi violado no maior cemitério de Parnaíba. | João Júnior / Rede Meio Norte

O corpo da idosa Darcy Nóbrega de Oliveira, de 79 anos, foi encontrado fora de seu túmulo durante a manhã do último domingo (30/08) no maior cemitério de Parnaíba, no litoral do Piauí. A Perícia Criminal encontrou vestígios de que a mulher teria sido violentada sexualmente, depois de ser desenterrada.

Um coveiro identificado como Ubirajara Rodrigues dos Santos, de 39 anos de idade, chegou a ser conduzido para a Central de Flagrantes de Parnaíba, onde prestou depoimento e foi liberado por não apresentar até aquele momento nenhum indício de participação no crime. Segundo informações da polícia, o corpo foi sepultado durante o sábado (29) e encontrado fora do túmulo por volta das 7h de domingo.

“A confirmação se houve ou não a violação sexual vem com o laudo. Realizamos todos os exames, mas no local haviam sinais claros de violência sexual. Encontramos preservativos bem próximo ao corpo e coletamos um líquido viscoso, similar a sêmen, que foi enviado para Teresina onde será submetido a um exame de DNA”, explicou o perito criminal Péricles Avelino.

O MeioNorte.com esteve durante a manhã desta segunda-feira (31/08) no Cemitério da Igualdade. Para a nossa equipe de reportagem, o coveiro José Airton afirmou que realizou o sepultamento da idosa. Ele também relata a falta de segurança no local. “Durante os meus 20 anos de trabalho, nunca tinha acontecido isso. Essa foi a primeira vez. É muito complicado, porque aqui não tem um vigia e acaba ficando abandonado”, disse.

O coveiro afirmou ainda que foi contratado pela família para realizar o sepultamento da idosa juntamente com Ubirajara, tido como o principal suspeito do crime de necrofilia. Segundo José Airton, seu colega queria todo o dinheiro do serviço, chegando inclusive a discutir com um parente da mulher morta. Fato que para ele, pode ter levado o homem a ter feito a atrocidade.

“Ele queria dinheiro e o rapaz disse que só dava no final do serviço. E eu pedi para que o parente da idosa fosse embora. No outro dia realizamos o sepultamento e durante a noite o corpo apareceu aqui no chão. Por conta disso, a família suspeita que foi ele”, afirmou José Airton, funcionário do cemitério.

Segundo a Polícia Civil, o caso se enquadra no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, como vilipêndio a cadáver, conhecido como “necrofilia”. O crime consiste na atração mórbida por cadáveres, ou perversão sexual que é atribuído na satisfação do apetite sexual e prática de atos libidinosos com cadáveres. A pena é de um a três anos de prisão, além de multa.

“Realizamos diligências até quatro horas da manhã de domingo e descobrimos informações importantes do caso. Ainda estamos aguardando o resultado da perícia técnica para podermos identificar o autor. Já constatei algumas contradições nos depoimentos dos suspeitos, e vou trabalhar baseado nisso. Podemos ter até duas pessoas envolvidas”, afirmou o delegado Eduardo Aquino, que está à frente das investigações.

Após o ocorrido, o cadáver foi encaminhado para o posto avançado do Instituto Médico Legal de Parnaíba, onde novos exames foram realizados. Por conta da situação, a família conduziu o corpo para o interior do Estado do Ceará, onde um novo sepultamento foi realizado.

Por Kairo Amaral

Fotos: João Júnior / Rede Meio Norte



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

Tópicos
SEÇÕES