Ausência de especialistas em hospitais públicos é tema de audiência pública

Ausência de especialistas em hospitais públicos é tema de audiência pública

A Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI) realizou nessa sexta-feira (26/06) na Câmara Municipal de Parnaíba, no litoral do Piauí, uma audiência pública para discutir e tentar resolver a problemática da ausência de médicos especialistas nos hospitais públicos da região.

A classe médica reclama que o repasse efetuado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para custear os procedimentos cirúrgicos, não está cumprindo a tabela estabelecida pela categoria. Segundo o deputado estadual Dr. Hélio (PTC), que propôs o debate, a problemática também está relacionada ao crescente número de acidentes na região. Devido a ausência de médicos especialistas, os pacientes não conseguem, na maioria das vezes, marcar cirurgias ortopédicas na maior unidade hospitalar do litoral, o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), e acabam arcando com o procedimento na rede privada que custa em média de 7 a 8 mil reais.“Tudo tem solução. Em Teresina, por exemplo, através do incentivo aos especialistas, somente no Hospital da Polícia Militar são realizadas diariamente um total de 40 cirurgias.

É uma realidade que também podemos implementar em Parnaíba. Com esse problema da defasagem da tabela do SUS, os médicos especialistas realizaram o descredenciamento do sistema. Se você não conseguir fazer uma cirurgia ortopédica no Hospital Dirceu Arcoverde, terá que arcar com as despesas na rede privada", explicou o parlamentar.

O diretor de descentralização hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) esteve no debate ouvindo as demandas. A secretaria propôs a formação de um grupo de estudos com a rede credenciada de médicos para que as cirurgias sejam complementadas através do programa de cofinanciamento estadual.“Queremos montar um grupo de estudo com os representantes das entidades médicas da região de Parnaíba, pois assim poderemos avaliar um incentivo financeiro que promova o recredenciamento dos especialistas à rede pública.

No entanto, temos que apelar para a participação das famílias para alertarem os jovens em relação ao consumo de álcool em conjunto com direção, pois a partir da conscientização das pessoas poderemos diminuir os índices de acidentes e de demanda de cirurgias nos hospitais, principalmente as ortopédicas”, ressalta Auderico Tavares.Na oportunidade, o representante do Conselho Regional de Medicina (CRM-PI) e presidente da Associação Piauiense de Medicina, Elisiário Cardoso, relatou que boa parte das unidades de saúde no interior do Piauí não possuem resolutividade.

“Durante a realização de fiscalizações, encontramos unidades sem nenhum profissional de saúde e com muitos pacientes à espera. O problema não é só de recurso, pois falta gestão dos hospitais e compromisso de parte da classe médica. Ele tem que estar no seu plantão, cumprir a sua carga horária. Estamos dispostos a oferecer capacitação, treinamentos, bem como a assistência necessária para sanar essas deficiências”, afirma.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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