O deputado Mauro Tapety (PMDB) teve requerimento aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa do Piauí para que seja encaminhado ao ministro da Educação, Fernando Haddad, um ofício pedindo que o professor Possidonio Nunes de Queiroz seja incluído na lista de personalidades a serem agraciadas com a Medalha do Mérito Cultural.
De acordo com o deputado, uma campanha pública está sendo lançada pela Fundação Nogueira Tapety, com o apoio do Instituto Histórico e Geográfico de Oeiras e de outras instituições sócio-culturais do Piauí para dar apoio ao pedido.
A inclusão, segundo Mauro Tapety, do nome do polígrafo, musicista e escritor e educador piauiense Possidonio Nunes de Queiroz, é uma justa homenagem à memória de uma das mais notáveis expressões da vida cultural de Oeiras, a primeira capital do Estado do Piauí.
Um pouco de História
Possidônio Queiroz (1904/1996) tornou-se, nos últimos 50 anos de sua vida e até hoje, um exemplo e uma referência para todas as pessoas que com ele conviveram e, mesmo, as que, como eu, não desfrutaram deste prazer.
Negro, intelectual autodidata, Possidônio, numa visão apressada (e certamente preconceituosa) poderia parecer a quem não o conheceu, uma espécie de ?Pai Tomás?, um ?preto de alma branca? que abandonou as referências étnicas para assumir a ideologia dos senhores de escravos.
Cidadão exemplar, respeitador das leis e das autoridades, apaixonado por Oeiras, membro do Rotary Clube da Cidade, flautista de grande talento, compositor de lindas valsas, discursador incansável, professor emérito, rábula (advogado não diplomado), sócio fundador do Instituto Histórico de Oeiras ?IHO, Possidônio, que chegou a ter uma livraria em pleno Mercado Municipal de Oeiras, atendia a todos que o procuravam com a mesma atenção e respeito, fosse um matuto que lhe pedia para escrever uma carta, fosse um político que encomendava um discurso. Dava especial atenção às crianças, a ponto de largar tudo o que estava fazendo só para atendê-las, o que, muitas vezes, exasperava os adultos que disputavam sua atenção.
Em 1987, Oeiras recebeu as visitas de Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, e de sua filha (com Olga Benário), Anita Leocádia. Em 1926 a Coluna Prestes havia passado por Oeiras e o jovem Possidônio Queiroz confraternizara com os revoltosos. Coube a ele, como era de se esperar, o discurso de boas vindas aos ilustres visitantes. Em seu agradecimento Prestes disse que não estava acostumado a ser tão bem recebido como o foi em Oeiras. Anos depois, Anita Leocádia escreveu uma carta rememorando o episódio e falando da profunda emoção que se apossou de ambos, pai e filha, diante do discurso de Possi, como muitos o chamam, até hoje, carinhosamente.
Fonte: Alepi
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