A comunidade Mato Fino, em Lagoa do São Francisco, está acolhendo entre os dias 14 e 24 de fevereiro, uma equipe de 15 pedreiros para uma capacitação em construção de cisternas calçadão. Esses pedreiros, depois de capacitados, passarão a trabalhar nas regiões de Pedro II, Lagoa do São Francisco e São João da Fronteira, municípios beneficiados com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação no Semi-Árido Brasileiro - Asa Brasil. A capacitação é organizada pelo Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Cerac).
Na comunidade Mato Fino serão 20 famílias beneficiadas com a cisterna calçadão, tecnologia social que acumula a água da chuva para ser utilizada no período de estiagem na produção de hortaliças e criação de pequenos animais. A cisterna do P1+2, que tem capacidade de acumular 52 mil litros de água, vem complementar as ações do Programa Um milhão de Cisternas (P1MC) que visa a construção de cisternas de 16 mil litros, que acumula água para as famílias cozinhar e beber.
Pedreiro Naildo Oliveira ensina outros 15 profissionais a construir cisterna calçadão
Na primeira fase do curso os participantes viram a parte teórica. Os pedreiros conhecem o Programa, sua ideologia de convivência com o semiárido, dinâmica de trabalho e as tecnologias desenvolvidas. O curso está sendo ministrado pelo pedreiro Naildo Oliveira (foto), escolhido por sua experiência e a qualidade dos seus implementos. Naildo tem a ajuda dos animadores de comunidades do Cerac que trabalha no desenvolvimento do P1+2 na região norte do Piauí.
Nos demais dias, eles passam para a prática e aprendem a construir a cisterna calçadão. Para Naildo, o calçadão de 200 metros é a parte mais delicada do implemento, pois diferente da cisterna de 16 mil litros que utiliza o telhado, é através dele que é captada a água para encher a cisterna. Antes ele era feito de concreto e colocado uma junta de dilatação que servia para dar espaço e evitar rachadura, mas com o sol intenso do semiárido, não tinha um resultado eficaz, as rachaduras sempre apareciam. ?Para resolver esse problema, o Cerac adotou o calçadão feito com placas concretadas, que diminui muito as
Aula prática na formação dos pedreiros organizada pelo Cerac
rachaduras?, explica Naildo.
Nesse modelo as placas são construídas através de uma fôrma de 98cm² e no lugar da junta de dilatação fica o espaço de 4 cm onde é feito um rejunte de concreto. Recebida como possibilidade de sanar o problema de rachaduras no calçadão, o Cerac passou a utilizar o sistema de placas concretadas, que vem dando bons resultados.
Para Lucia Araújo, moradora da comunidade Mato Fino, receber os pedreiros para a capacitação foi uma honra. Ela fala da importância dos implementos para a comunidade ?É bom ver eles se capacitando para construir essas cisternas que vão ajudar muito nossa comunidade com a falta de água?, diz.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
Por: Paula Andreas - Comunicadora Popular da ASA
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