Com o tema: “Riquezas da Minha Terra Versão de Nossa História”
A Escola Municipal 13 de Maio na Localidade Furta-lhe a Volta realizou o III Oficina de Educação Contextualizada com o Semiárido, Professores e Alunos realizaram uma pesquisa de campo para diagnosticar as potencialidades da comunidade, foram 142 famílias visitadas, participaram alunos do 6° ao 9° ano e a o objetivo pesquisa foi construir uma estratégia para implementação de uma proposta de Educação para convivência com o Semiárido, essa pesquisa teve seu início no mês de setembro e culminou na sexta-feira (06/11) com diversas apresentações como: Dança, Literatura de Cordel que o ponto forte da Escola, e apresentações de Teatro e “Embolada”, os Professores também participaram apresentando uma paródia da Música "Pra Não dize que não falei das flores"
Os Professores da Escola Municipal Antônio Tapety também estavam presentes.
O Presidenta da Câmara Municipal de Ipiranga Vereador João Batista e o Secretário de Agricultura Francisco Alves estiveram presentes no evento.
A Professora Mestranda Sueleuda Silva é quem está Coordenando a proposta de Educação Contextualizada para a convivência com o Semiárido, Assim como a Escola Liberato Vieira na Localidade Brejo da Fortaleza pioneira na nossa região com essa proposta, a Escola Antônio Tapety na Localidade Jardim também aderiu a esse novo modelo de Educação.
A educação contextualizada é um elemento fundamental na construção de um desenvolvimento sustentável no Semiárido. Ela precisa contemplar os desafios e perspectivas da educação no Semiárido, mas também a educação ambiental e o processo de desertificação no Semiárido.
O conhecimento e a educação não são processos neutros como muitas vezes alguns os apresentam. Eles estão em correlação e a serviço da visão de mundo e de sociedade que se quer construir. Quando se quer negar determinado tipo de conhecimento ou evitar que ele se divulgue - pois pode prejudicar os projetos dos exploradores e donos do poder -, a estratégia é proibir a veiculação e/ou valorização dos mesmos, evitando que determinadas classes e categorias tenham acesso aos processos educacionais e de conhecimento. Assim pode-se entender melhor porque as elites brasileiras sempre afirmaram que o Semiárido não possui e nem produz conhecimentos e que seu povo é atrasado na educação. Aceitando-se uma tese como esta aceita-se, por extensão, que para “salvar” o Semiárido é preciso impor e trazer conhecimentos de fora. Essa, aliás, foi e é uma premissa básica de todas as ações de combate à seca: impor e importar conhecimentos, visto que o povo do Semiárido não teria capacidade de produzir seus próprios conhecimentos.
Desse processo resultou, no Semiárido, a enorme massa de analfabetos ainda hoje existentes. Produziu, também, as péssimas escolas atuantes no Semiárido, especialmente na área rural. Escolas que estimulam o êxodo rural, geram nas pessoas “a vergonha” e baixa autoestima pela vida no Semiárido. A própria assistência técnica contribuiu para que os agricultores desvalorizassem o que era seu, seu modo de vida, sua terra e sua cultura. Nesse sentido, há uma coerência entre o que se faz na educação formal, na extensão e na assistência técnica numa perspectiva produtivista.
Hoje, embora ainda não se possa falar de uma educação contextualizada implementada, nem de um processo de convivência com o Semiárido implementado, há sinais que apontam que se está nesse caminho. Nas últimas décadas se destacam muitas ações que têm influenciado significativamente a educação no Semiárido. O que se busca é uma escola construtora de conhecimentos que, na interação com as comunidades, ajudem a transformar o Semiárido. Por isso, uma escola intérprete da realidade local, que fortaleça a identidade das pessoas e comunidades, que respeite a cultura, preserve o meio ambiente e promova um desenvolvimento sustentável
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.