Estado do Gurguéia volta a ser debatido no legislativo

Estado do Gurguéia volta a ser debatido no legislativo

Estado do Gurguéia | Imagens Google

Voltou a tribuna para tratar da criação do Estado do Gurguéia, o deputado Edson Ferreira (DEM). ?Dizem que só se fala no Gurgéia em ano eleitoral. Estamos aqui para rememorar a proposta de autoria do deputado Paes Landim em 1994, com substitutivo do deputado Júlio César Lima. Na semana passada, foi aprovada urgência para a votação da criação dos estados do Tapajós e Carajás(PA), cujo plebiscito vai dizer se a população quer a criação dos dois estados?, afirmou Ferreira.

O deputado lembrou que quanto menor a renda per capita, mais o estado recebe do bolo tributário da União, isto é, a fatia do bolo tributário é inversamente proporcional à renda per capita da população. ?O FPE do novo estado, então, receberia composto por uma parte do bolo tributário repassado ao estado. Do ponto de vista financeiro, seria um grande conquista porque nós praticamente duplicaríamos os repasses de recursos federais. Com a criação dos estados do Tapajós e Carajás, o Piauí, além de não dobrar os recursos, com a criação do estado do Gurguéia, vai perder recursos para formar o FPE desses dois estados?, advertiu.

O deputado Gustavo Neiva (PSB) ressaltou que faria um pronunciamento sobre a decisão da Câmara dos Deputados, na quinta-feira à noite, aprovando o plebiscito nos dois estados. ?Na sexta-feira, fomos a Parnaguá para inaugurações de obras de recuperação de vários trechos de rodovias e lá percebemos o anseio da população da região pela criação do Estado do Gurguéia?, disse Gustavo, destacando que Wilson Martins defendeu como candidato a governador a emancipação do novo estado, posição que ele reafirma depois de eleito.

mGustavo Neiva citou o exemplo da emancipação política de Porto Alegre do Piauí, desmembrado do município de Antonio Almeida. ?Se Porto Alegre continuasse ligada a Antonio Almeida não teria alcançados os avanços obtidos na saúde, na educação, no desenvolvimento em geral, porque dobrou o volume de recursos para a população dessas duas cidades?.

Neiva propôs a formação de uma comissão suprapartidária para mobilização junto ao Congresso para aprovação da urgência para a criação do Estado do Gurguéia. ?Será a redenção para o Piauí, melhor até que o próprio pré-sal?.

Edson Ferreira disse que só é contra a criação do Gurguéia quem não conhece as vantagens de sua emancipação. ?Quem é contra tem que se aprofundar?, propôs o deputado, afirmando que a redivisão territorial aumentou o coeficiente da região de São Raimundo, que recebia recursos equivalentes a 2.2 de coeficiente de FPM. ?Somados, os municípios recebem hoje 4.6 do FPEM?.

Ferreira disse que o Mato Grosso cresce acima da média, o Norte do Góiás se transformou numa potencia e o estado do Tocantins está equilibrado financeiramente e desenvolvido.

Fernando Monteiro (PTB) falou sobre a criação de novos municípios, sempre com base no entendimento. ?Lá na Câmara dos Deputados também deve haver o entendimento. ?Como realizar os plebiscitos dos estados de Tapajós e Carajás e deixar esquecido o Gurguéia? Temos que arregaçar as mangas, ir a Brasília para viabilizar o Estado do Gurgueia. É agora ou nunca. Não podemos concordar com a criação de outros estados e o Gurguéia ficar esquecido. Será uma Mega Sena para a população dos dois estados?, avaliou.

Edson Ferreira comentou sobre a moratória de cinco anos em relação ao desmatamento, que acabou sendo retirada do projeto pelo relator do Novo Código Florestal, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). ?Não podemos ficar parados enquanto as coisas acontecem em Brasília. Temos que nos mobilizar, junto com os deputados das bancadas do Pará e do Maranhão para que as coisas aconteçam?, defendeu.

Mauro Tapety (PMDB) disse que só é contra o Gurguéia os grandes estados, que já são desenvolvidos. ?É um sonho nosso, de todos os piauienses. Os que não conhecem o sofrimento das populações do Sul é que se posicionam contra o Gurguéia. O tema está em pauta e o Piauí precisa se mobilizar para incluir o Gurguéia na discussão dos novos estados.

?Serão mais três senadores da República, com o mesmo peso da bancada de outros estados no Senado. Resgatar a dívida que o país tem com os estados mais pobres. 18% da população do Nordeste ainda é pobre?, comentou.

Margarete Coelho (PP) disse que o Sul do Piauí sempre se sentiu preterido. ?As piores estradas estão na região, há uma dificuldade enorme na saúde. Com muito orgulho, vamos usar o nosso mandato em defesa dessa causa. Vamos a Brasília cobrar da nossa bancada. Não podemos perder o bonde da história?, disse.

João Mádison (PMDB) propôs a concretização desse sonho antigo. ?Se vão realizar os plebiscito do Tapaós e Carajás, não há porque deixar o Piauí de fora. Toda a asssembleia deveria abraçar essa causa, que é de todos nós?.

O deputado Luciano Nunes (PSDB) leu trecho de reportagem na internet abordando a dificuldade de transporte em Santa Filomena. ?Como é bom ver o entusiamo dos discursos em defesa do Gurguéia?. Antonio Félix (PPS) também se manifestou em defesa do Gurgueia, que deve ser uma bandeira de todos.

Firmino Filho (PSDB) foi o último deputado a apartear a fala de Edson Ferreira, reclamando do abandono do interior, que ele diz ser igual no Norte e no Sul. ?Poderíamos criar o Estado no Médio Gurguéia, do Norte, porque qualquer decisão vai significar mais recursos para as populações, mas não podemos ser favoráveis à divisão pela divisão. Falta investimentos. O grande potencial econômico está na região dos cerrados, que dependem de investimentos. É fundamental que o potencial da região seja aproveitado com investimentos. Como o recursos do pré-sal, que não podem ser de livre escolha dos governantes. Defendemos que os recursos do pré-sal sejam investidos em educação e infraestrutura.



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