Segundo o Diretor Geral o cinestra Pedro Cavalcante:
O projeto “A cruz do moleque – o filme” se trata de uma ideia que já perdura por alguns anos. Tudo teve início quando no ano de 2010 Pedro Cavalcante, naquele momento então diretor do JORNAL DESTAK, veiculo impresso que existia em Campo Maior com circulação quinzenal, realizou um trabalho de pesquisa sobre a história e o turismo no município e, em uma de suas viagens na busca pela história de fundação do município descobriu o fato que havia ocorrido por volta do final do Século XVIII na Fazenda Trabalhado, onde uma escrava por nome Felicidade foi morta com perfurações de espeto quentes. De acordo com relatos da história, a escrava foi assassinada pela própria dona da fazendo em consequência de ciúmes devido a forma carinhosa com que seu esposo tratava a negra.
Na busca por mais detalhes desse ocorrido, Cavalcante se deparou com o escritor Elesbão Ibiapina que havia publicado um livro por volta de 2004 relatando fato parecido que ocorrera na Fazenda Barrinha, atualmente extinta.
Conforme relato do escritor em sua obra titulada A CRUZ DO MOLEQUE, a dona da fazenda Barrinha era uma mulher muito cruel, enquanto que seu esposa tinha um perfil contrário. O senhor fazendeiro, de nome Apolinário, amigo do padre da paróquia, franquiou ao vigário mandar buscar leite em sua fazenda sempre que precisasse. A fazenda ficava a aproximadamente 16 quilômetros ao norte da sede Campo Maior.
O reverendo criava um menino por nome Francisco, escravo de aproximadamente 12 anos de idade, mas conhecido por Moleque do Padre, e era ele quem ia todos os dias pegar leite a mando do vigário.
Não concordando com a doação feita pelo seu esposo, Dorotéia, mulher do fazendeiro, arquitetou matar o escravo e com a ajuda de um escravo de sua confiança mandou fazer a emboscada e que culminou na tragédia ao Moleque.
Após tomar conhecimento da história, Pedro Cavalcante passou a buscar formas de levar o fato ao conhecimento do publico através do cinema. Para isso passou a estudar a arte cinematográfica e buscar recursos para desenvolver o projeto. Nada foi fácil, pois, sem contar com recurso financeiro nem humano, a saída foi iniciar seus trabalhos na arte cênica com um filme de ficção, considerando sair mais barato e assim angariar recursos para a realização de seu projeto.
No dia 20 de julho de 2013 iniciou as gravações de seu primeiro trabalho na arte do cinema, começou neste dia a geração das cenas do filme MISTÉRIOS E VINGANÇAS que foi lançado no dia 26 de abril do ano seguinte.
Já em abril de 2015 o diretor iniciou outro projeto. Nesse mês deu inicio à geração de mais um longa-metragem, dessa vez titulado JUSTIÇA A QUALQUER CUSTO. O filme foi lançado no mês de março do ano de 2016, ano que teve início, em fim, o projeto desejado por seu diretor: A cruz do moleque.
As gravações acontecem no município de Campo Maior contando com a participação de pessoas (Atores, atrizes e produtores) das cidades de Campo Maior, Teresina, Capitão de Campos e Timom.
O filme vai relatar fatos pouco conhecidos do povo da região de Campo Maior. É apenas um resumo de muitos ocorridos envolvendo torturas e mortes de escravos praticadas pelos fazendeiro ou seus familiares no município.
Texto: Pedro Cavalcante Diretor Geral
Fotos Jor Ferreira Diretora de Fotografias
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.