Assentamento Ararinha: incêndios provocam prejuízos de mais de R$ 100.000,00 na produção de cajuína

Assentamento Ararinha: incêndios provocam prejuízos de mais de R$ 100.000,00 na produção de cajuína

Incêndios | Denison Duarte

Diversos são os problemas enfrentados por moradores do assentamento Ararinha, localizado a 17km de Amarante, sentido Floriano (PI). Por três anos consecutivos todo o plantio de caju, numa área de 16 hectares, foi completamente destruído com incêndios. Este ano não foi diferente, o prejuízo ultrapassou a faixa dos R$ 100.000,00 com um incêndio ocorrido no último dia 24, resultando numa queda de produção de mais de 30 mil litros de cajuína, principal fonte de renda dos assentados.

As suspeitas de incêndios crimonosos, embora sejam evidentes, nada pôde ser feito durante esses anos, pois nenhum Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Amarante à espera de uma orientação do INCRA. Segundo a assentada Irismar Alves, o prejuízo afetou também os produtores Gilmar Alves, Cledemilton Alves, Clemilton Alves e Cleiton Alves que juntos detêm toda a área da produção afetada pelo incêndio.

A falta de acompanhamento do INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão que administra o assentamento, preocupa os assentados, pois as invasões resultam em furtos que geralmente provocam grandes perdas, além de animais que entram na área cercada e consomem parte da produção de caju, mandioca e feijão. ?Não há como ficarmos bem. O INCRA sabe de tudo o que acontece aqui; ele vê o nosso problema com descaso. Não sabemos o que fazer. Nunca recebemos sequer o documento dessas terras para uma correta delimitação e, diante desse constrangimento, deveriamos estar sob a orientação dele?, desabafa Irismar Alves.

Outro fator que vem irritando os assentados é que, de acordo com as determinações do INCRA, desde a fundação, quem quisesse criar gado teria que plantar 1 hectare de pasto por cabeça, razão pela qual optaram por outras produções. O problema é que os assentados há tempos têm que dividir grande parte da sua produção com dezenas de bois e vacas que invadem os seus terrenos. Em 2010, de um único assentado, os bois consumiram mais de 06 hectares de mandioca. ?O dono desses animais ainda tem a audácia de vir vaciná-los em nossa propriedade?, disse Gilmar Alves.

Os moradores prejudicados pedem que, em caso de incêndio criminoso, que o praticante reflita e não mais venha fazê-lo; que o dono dos animais retire-os das propriedades que não lhe pertencem; que os invasores não furtem mais, pois quem for pego poderá responder até pelo que não fez; e que, se por acaso, nada disso for possível, que o INCRA nos dê o suporte e o acompanhamento que que lhe cabe para que as providências sejam tomadas.

FOTOS DO ÚLTIMO INCÊNDIO E DOS ANIMAIS NOS TERRENOS

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