A cidade de Santo André, no Estado de São Paulo, registrou um surto de pneumonia causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae em 5 crianças que frequentam a mesma escola. O microrganismo é o responsável pelo alerta de saúde recente na China em meio a um aumento significativo nos casos de internação pediátrica.
A Secretaria de Estado da Saúde paulista (SES-SP) destaca que a bactéria não é incomum e que as identificações "não necessariamente representam gravidade". Os casos, documentados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) em 26 de dezembro, envolvem crianças de 3 a 4 anos. As hospitalizações, ocorridas entre 18 de novembro e 15 de dezembro, tiveram duração de 4 a 20 dias, com os pacientes agora em recuperação.
Além da Mycoplasma pneumoniae, em pelo menos dois casos, foi detectado o rinovírus, responsável por resfriados comuns. Outros quatro alunos da mesma escola apresentaram sintomas gripais, mas os exames não confirmaram a presença da bactéria.
O aumento do ressurgimento global da Mycoplasma pneumoniae é observado em vários países, como França, Estados Unidos, Dinamarca, Holanda, Suécia, Suíça, País de Gales, Eslovênia e Cingapura. Especialistas apontam que, desde a redução da circulação de agentes infecciosos durante a pandemia, esse fenômeno era esperado.
Com a infecção pela bactéria não tendo notificação obrigatória no Brasil, dados detalhados sobre a extensão do surto são limitados. Cientistas alertam para a importância da vigilância contínua diante do ressurgimento dessa cepa bacteriana, especialmente diante do aumento da resistência aos antibióticos, que pode complicar o quadro clínico, demandando hospitalizações mais prolongadas.