Os advogados do médico Conrad Murray, acusado de matar involuntariamente o cantor Michael Jackson em junho de 2009, protocolaram na quinta-feira(1) documentos judiciais para tentar manter o registro profissional dele na Califórnia.
De acordo com os advogados, Murray pode ficar privado de uma defesa adequada se for proibido de clinicar e não tiver como pagar sua equipe jurídica. "Ele está, sem medo de exagerar, por um fio", escreveram os advogados Ed Chernoff e Joseph Low.
Murray, que tem consultórios em Houston (Texas) e Las Vegas (Nevada), atualmente não tem pacientes na Califórnia. Mas os advogados do cardiologista alegam que ele pode perder suas licenças nos dois Estados onde atua, caso as autoridades de lá sigam o exemplo da Califórnia.
"Sua capacidade de pagar pela própria defesa depende inteiramente da sua capacidade de continuar tratando pacientes em Nevada e Texas", disseram eles.
A manifestação ocorreu em resposta a uma petição feita neste mês pelas autoridades da Califórnia para que a Justiça suspenda o registro profissional de Murray para "proteger os interesses do público". O Departamento de Justiça da Califórnia não se manifestou sobre o recurso.
Murray foi indiciado em fevereiro por ter administrado a Jackson a overdose de analgésicos que o matou, o que pode lhe acarretar quatro anos de prisão. Em audiência judicial, ele se declarou inocente.
O médico está em liberdade graças a uma fiança de US$ 75 mil, mas um juiz o proibiu de administrar analgésicos a pacientes ou de deixar os EUA. Uma audiência sobre o caso está marcada para segunda-feira, quando o juiz deve marcar a data da audiência preliminar para a apresentação de provas à corte.
Murray havia sido contratado para acompanhar Jackson durante ensaios para uma temporada de shows que ele faria em Londres. O astro de Thriller morreu em 25 de junho, aos 50 anos.