
A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (14) um pacote financeiro de 1,6 bilhão de euros (R$ 10,57 bilhões) para apoiar a Palestina. O objetivo é estabilizar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, além de reforçar a atuação da Autoridade Palestina em meio a um cenário de tensões e incertezas na região. A iniciativa foi apresentada pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, que destacou a importância de “governança e bom governo” como condições essenciais para a aplicação dos recursos.
Detalhes do pacote financeiro
Do total anunciado, 620 milhões de euros (R$ 4,12 bilhões) serão destinados diretamente à Autoridade Palestina para sustentação de seu orçamento. Outros 576 milhões de euros (R$ 3,83 bilhões) irão financiar projetos de desenvolvimento econômico em Gaza e na Cisjordânia. Além disso, o Banco Europeu de Investimento (BEI) oferecerá 400 milhões de euros (R$ 2,65 bilhões) em empréstimos para investimentos no território.
Como parte do pacote, a UE também planeja lançar uma nova plataforma de doadores, voltada para atrair parceiros internacionais e ampliar os recursos disponíveis para a região.
Reformas, transparência e desafios políticos
Segundo Kaja Kallas, reformas já estão em andamento, especialmente no setor social, mas a aplicação dos recursos dependerá de compromissos com a transparência e a eficiência. Ela foi enfática ao afirmar que a União Europeia quer saber “como a Autoridade Palestina governará não apenas a Cisjordânia, mas também Gaza”, deixando claro que o apoio financeiro está atrelado a avanços concretos na gestão pública e institucional.
Reunião em Luxemburgo define próximos passos
O primeiro-ministro palestino, Mohamed Mustafa, se reuniu nesta segunda-feira com ministros das Relações Exteriores da UE, em Luxemburgo, para discutir como o pacote será implementado. A reunião ocorre num momento em que a reconstrução de Gaza é incerta e a Autoridade Palestina enfrenta pressões para ampliar sua legitimidade e presença efetiva nos territórios.
Cenário internacional e impacto geopolítico
A iniciativa da União Europeia se insere em um esforço mais amplo da comunidade internacional para evitar uma escalada do conflito entre Israel e Palestina e avançar em direção a uma solução de dois Estados. O financiamento europeu pretende aliviar a crise humanitária, reconstruir estruturas básicas e ao mesmo tempo fortalecer instituições legítimas, em contraponto a grupos extremistas que atuam na região.
O pacote ainda precisa da aprovação formal dos Estados-membros da UE, mas já representa um sinal político forte de compromisso com o futuro da Palestina e com a estabilidade de uma das regiões mais sensíveis do cenário global.