Sofrendo há nove dias com os sintomas do vírus Ebola, o médico americano Kent Brantly chegou a ligar para sua esposa para dizer adeus. Brantly trabalhava como missionário na Libéria quando foi infectado.
Felizmente, de acordo com reportagem da CNN, Brantly não vai se despedir tão cedo.
Uma hora depois da ligação derradeira, ele já estava de pé e respirando normalmente, graças a uma terapia altamente experimental chamada Zmapp.
No dia seguinte, Brantly tomou banho sozinho e viajou de volta aos Estados Unidos, onde está internado no Estado de Atlanta.
Outra missionária americana, Nany Writebol, também tomou o ZMapp, droga desenvolvida na Califórnia que nunca havia sido testada em seres humanos.
Segundo pessoas próximas, os dois assumiram os riscos de serem submetidos ao tratamento, mas assinaram termos de consentimento para fazer a terapia.
O sucesso da terapia é uma boa notícia, mas ainda não pode ser interpretada como uma cura a caminho. Segundo a OMS, autoridades de saúde "não podem começar a usar drogas não-testadas em meio a uma epidemia", por causa dos riscos envolvidos.
Como funciona o Zmapp
Fragmentos do vírus do Ebola é implantado em cobaias, que reagem a ele e produzem anticorpos. Esses anticorpos são isolados e cultivados para serem utilizados no tratamento de humanos.
Pesquisadores, porém, dizem ser impossível saber se a melhora do quadro de saúde de Brantly é um resultado do novo tratamento ou uma resposta do próprio organismo.
Isso porque, apesar de o Ebola ser um vírus altamente mortal - 90% dos casos são fatais-, há pacientes que se recuperam sozinhos, naturalmente.
Contexto
O surto do Ebola começou em fevereiro, nas florestas da Guiné, mas seu epicentro agora está nas vizinhas Libéria e Serra Leoa. A OMS anunciou que subiu para 887 o número de mortos pela epidemia na África, enquanto três novos casos foram reportados na Nigéria, país que registrava apenas uma morte.