A China é o país que mais aplica penas de morte no mundo, com cerca de 4.000 execuções por ano, e mais da metade desse total é realizado antes de a Suprema Corte revisar os sentenças, afirmou nesta terça-feira o grupo de direitos humanos Dui Hua, com sede em San Francisco (EUA).
As autoridades chinesas revelaram a queda no número de execuções durante um seminário com funcionários das Nações Unidas e especialistas internacionais na cidade de Hangzhou, no início deste mês.
Segundo organização de direitos humanos, as autoridades chinsesas se recusaram a informar quantas pessoas foram executadas anualmente, mas revelaram que o número caiu 50% desde 2007.
Em 2006, a mídia estatal e o Dui Hua estimam que houve 8.000 execuções.
O governo chinês diz que tenta garantir que a aplicação da pena de morte seja usada com menos frequência e apenas para punir crimes de maior gravidade.
"A China fez um grande progresso em reduzir o número de execuções, mas o número ainda é muito alto e está reduzindo muito lentamente", disse o fundado da ONG, John Kamm.
Kamm também instou a China a ser mais transparente com relação aos dados sobre execuções, ao afirmar que isso ajudaria o país a extinguir a pena de morte. "Se as autoridades e o público souberem a extensão das penas de morte na China, a abolição será alcançada mais rapidamente", disse.
As autoridades chinesas também revelaram, durante o seminário, que a Suprema Corte revisa cerca de 10% das sentenças a cada ano.
Segundo o jornal "China Daily", a Suprema Corte Popular revisou 15% das sentenças de morte expedidas em 2007 e 10% em 2008.