
O mercado de trabalho brasileiro registrou um novo recorde no trimestre encerrado em fevereiro de 2024: o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39,6 milhões, o maior patamar desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um crescimento de 1,1% em relação ao trimestre anterior.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o resultado reflete a manutenção das contratações no comércio, setor que segue puxando a geração de empregos formais.
Queda no trabalho sem carteira e no serviço público
Enquanto o emprego formal avança, outras categorias apresentaram recuo:
Trabalhadores sem carteira assinada: queda de 6%, para 13,5 milhões;
Servidores públicos: redução de 3,9%, totalizando 12,4 milhões.
Com isso, a taxa de informalidade recuou 0,06 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, ficando em 38,1% — o equivalente a 39,1 milhões de trabalhadores na informalidade.
Pnad Contínua
A pesquisa, principal termômetro do mercado de trabalho no Brasil, entrevistou 211 mil domicílios no trimestre e considera pessoas acima de 14 anos aptas a trabalhar. A taxa de desemprego é calculada pela razão entre desocupados e a força de trabalho total.
O aumento recorde de vagas formais sugere resiliência do mercado de trabalho, mesmo em um cenário econômico ainda desafiador. A redução da informalidade, ainda que modesta, acompanha a tendência de formalização, mas especialistas alertam que o percentual segue elevado, exigindo políticas contínuas de geração de emprego qualificado.
Os dados completos da Pnad Contínua estão disponíveis no site do IBGE.