Conheça 8 “pegadinhas” que enganam o investidor que foge da poupança

Para auxiliar na busca por investimentos mais rentáveis, Souza listou algumas dessas “pegadinhas” para que os investidores fiquem atentos.

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Com as mudanças na regra de rentabilidade da caderneta de poupança --que fizeram a aplicação ter a pior rentabilidade nominal dos últimos 46 anos em 2012--, muitos investidores estão buscando alternativas para obter retornos melhores. Esse movimento é observado pelo diretor da HPN Invest Rodrigo Souza. No entanto, ele aponta que, em muitos casos, esses investidores buscam auxílio apenas dos gerentes do banco e podem acabar entrando em "pegadinhas", que afetam a sua rentabilidade.

Para auxiliar na busca por investimentos mais rentáveis, Souza listou algumas dessas "pegadinhas" para que os investidores fiquem atentos antes de aplicar.

1 ? Não se preocupar com a inflação

Para Souza, a inflação ainda é ignorada por grande parte dos investidores. A maioria esquece de olhar a rentabilidade real do investimento --descontada a inflação-- e olha apenas a rentabilidade nominal. O problema é que, se a inflação for elevada, você pode perder poder de compra, mesmo que tenha uma valorização do seu investimento.

"Sempre que olharmos a rentabilidade de qualquer investimento que seja, devemos descontar a inflação e aí sim teremos a rentabilidade real daquela aplicação", pontua.

2 ? Não informar sobre a taxa de performance

Neste caso, o problema não é a existência da taxa de performance (cobrada quando o gestor consegue superar o benchmark do fundo), e sim não informar ao cliente a existência da taxa nem deixar claro como ela funciona.

"Em tempos de juros baixos, onde o CDI não rende muito acima da poupança, por exemplo, fixar a taxa de performance de um fundo a superação deste benchmark, torna-se um fator de peso para que um fundo tenha sua rentabilidade prejudicada. Afinal, o CDI mensal não tem ido muito além de 0,65% a.m., se considerarmos IR, inflação e taxa de administração, é bem provável que investimentos atrelados ao CDI rendam abaixo da poupança em alguns casos", aponta Souza.

3 - Não ser claro quanto à rentabilidade em relação ao CDI

O diretor da HPN Invest ressalta que muitos bancos prometem remunerar seus clientes com CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais um percentual. O que não fica claro, no entanto, é que este percentual a mais incide sobre o próprio CDI e não sobre o investimento.

"O banco não vai remunerar o CDB em 0,65% (100% CDI) + 4%, por exemplo. O que banco dará de rentabilidade ao cliente é 0,65% (100% CDI) + 4% sobre o CDI. Portanto, a rentabilidade sobre aquele CDB será de 0,68%. O cliente precisa ficar atento a isso", explica Souza.

4 ? Venda casada

A prática de venda casada é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Apesar disso, o executivo ressalta que muitos bancos ainda praticam este tipo de venda. E isso acontece também quando o investidor deseja uma rentabilidade maior para as suas aplicações.

"O gerente diz que pode "brigar" uma taxa de rentabilidade melhor, mas que precisa de uma "reciprocidade" do cliente. É aí que entra a venda casada. Pois o cliente que desejava apenas investir num CDB, por exemplo, muitas vezes acaba saindo da agencia bancária com um título de capitalização, seguro ou limite de cheque especial e/ou cartão crédito maior", aponta Souza.

5 ? Capitalização oferecida como investimento

O diretor da HPN Invest ressalta que os Títulos de Capitalização não são investimentos e não podem ser oferecidos como tal. Segundo ele, muitas instituições bancárias vendem estes títulos sem explicar para os clientes os detalhes. Na maioria das vezes, o cliente que resgata o título antes do vencimento acaba retirando um percentual muito menor do que pagou --e, quando fica até o final, tem um rendimento pífio.

Souza lembra que a rentabilidade do TC costuma ser a mesma do modelo antigo da poupança, ou seja, 0,50% ao mês mais TR (Taxa Referencial). No entanto, ele ressalta que parte do pagamento mensal da capitalização será destinado para que os bancos chamam de "cota de sorteio". Além disso, existe a "taxa de carregamento". Só depois de descontados estas taxas é que aparece a "cota de capitalização" que é o dinheiro que efetivamente vai ficar rendendo.

Segundo o executivo, por conta destas taxas, no primeiro mês de pagamento, apenas 10% do valor será colocado na reserva a ser corrigida e devolvida. "A partir do segundo mês, 4,1% será dado ao banco e 93,5% do depósito será usado para a capitalização. Os 2,2% restantes são para os prêmios", aponta.

6 ? Priorizar CDB

O executivo aponta que, muitas vezes, bancos preferem oferecer o CDB (Certificado de Depósito Bancário) em detrimento de outros investimentos, porque esta é uma maneira de captarem recursos para suas atividades.

"O CBD é uma forma dos bancos se "capitalizarem" de dinheiro barato. Por que remuneram os investimentos com a taxa CDI (normalmente menos de 100%) e emprestam aos mesmos clientes com taxas de mais de 2% a.m", aponta.

Já quando oferecem produtos como o Tesouro Direto, que em muitos casos é mais rentável, ele lembra que o banco não fica com os recursos captados e a taxa de administração costuma ser baixa (em média 0,25% a.a. em corretoras de valores).

7 ? Não informar que o FGC garante aplicações de até R$ 70 mil em qualquer instituição bancária

As aplicações na caderneta de poupança e no CDB sempre são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 70 mil. Isso quer dizer que, independentemente do tamanho do banco, caso ele quebre, todo investidor tem a garantia de ressarcimento de até este valor.

8 ? Entregar rendimento muito baixo do CDI

O diretor da HPN Invest conclui afirmando que muitos bancos grandes entregam rentabilidade maior que 90% do CDI apenas para clientes que possuem um grande volume de investimentos, enquanto instituições menores garantem, em muitos casos, até 100% (ou mais) do CDI --dependendo do prazo da aplicação.

Com a garantia do FGC, o investidor tem tranquilidade para aplicar até R$ 70 mil, mesmo em instituições menores. Se investir mais do que isso, o ideal é dividir entre outros bancos.

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