Dados revelados nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que a economia brasileira terminará 2012 com um crescimento de apenas 1,5%, abaixo da previsão do governo de uma expansão de 2% e bem inferior aos demais países emergentes dos Brics.
No caso dos emergentes, a desaceleração também é sentida. Mas as taxas são superiores às registradas no Brasil. Na China, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 7,5%, contra 4,5% na Índia e 3,4% na Rússia. No caso da África do Sul, a expansão será de 2,6%.
Mesmo a economia dos EUA terá um ano mais positivo que o Brasil, com um crescimento de 2,2%.
Na avaliação da OCDE, a recente onda de elevação de tarifas de importação poderá proteger de certa forma a indústria nacional, principalmente as menos competitivas. Mas a entidade alerta que, no médio prazo, essas barreiras ameaçam frustrar a competitividade do País e agravar problemas em determinados setores.
A OCDE também cortou suas previsões para o crescimento global, alertando que a crise da dívida na zona do euro é a maior ameaça à economia mundial.
À luz do cenário econômico ruim, a OCDE pediu que os bancos centrais se preparem para mais afrouxamento monetário excepcional se os políticos não conseguirem dar respostas críveis à crise da dívida.
O órgão sediado em Paris previu que a economia global crescerá 2,9% este ano, antes de expandir 3,4% em 2013. A estimativa marcou uma forte queda desde a última projeção da OCDE em maio, de 3,4% para este ano e de 4,2% em 2013.
A previsão de crescimento também foi revisada para baixo no combinado dos 34 países membros da OCDE. A expansão do PIB é projetada em 1,4% neste e no próximo ano. Para 2014, 2,3%. Em maio, a previsão de crescimento da organização foi de 1,6% neste ano e 2,2% no próximo ano.