A Apple ter se tornado a companhia mais valiosa do mundo representa um marco. Há 14 anos, com dificuldades de caixa e sem a confiança do mercado, a empresa recorreu à inimiga Microsoft em busca de um investimento de US$ 150 milhões.
Agora, com o desconto devido para as vicissitudes que podem abalar Wall Street, o valor de mercado em ações da Apple ultrapassou o da ExxonMobil. Uma empresa que valia só US$ 1,7 bilhão quando Jobs voltou ao seu comando, em 1997, agora vale mais de US$ 335 bilhões.
Desde que as Bolsas não entrem em completo colapso, há motivos para acreditar que a Apple supere os US$ 400 bilhões em valor de mercado, para perto dos US$ 500 bilhões que a Microsoft alcançou por algum tempo na bolha de tecnologia passada. Como demonstraram os mais recentes resultados da Apple, sobretudo um produto, o iPad, provou ter mais que um brilho passageiro.
No fim deste ano, o iPad já estará propiciando mais lucros à empresa que os computadores Mac tradicionais. Em 2012, deve superá-los também em faturamento. Uma empresa com vendas superiores a US$ 100 bilhões não poderá continuar crescendo 70% ao ano por muito tempo, mas um propulsor como o iPad decerto ajuda.
Os argumentos otimistas se baseiam em o iPad rapidamente se tornar parte essencial da paisagem da computação. Segundo o Credit Suisse, tablets responderão por 40% do volume de vendas de computadores em 2015, o que significará um mercado de US$ 120 bilhões, do qual a Apple pode deter até 50%.
Enquanto a pequena parcela da Apple no mercado de computadores aprisionava a companhia no extremo mais caro da estrutura de preços, nos tablets ela se tornou líder com custos baixos. O mais importante é que o modelo de negócios verticalmente integrado que a Apple refinou ao longo de diversas gerações de iPods e iPhones lhe propicia vantagem clara em relação aos concorrentes na obtenção de adesões a novas tecnologias como o tablet.