O estado de Pernambuco tem sofrido alta no número de casos de lesões de pele que causam coceira. Segundo os dados notificados pelos municípios, o índice de pessoas com suspeita do problema praticamente dobrou no prazo de uma semana. Como a causa ainda não foi detectada, o surto levantou grande preocupação entre os profissionais de saúde da região.
Coceira se espalhando pelo estado
Embora o surto estivesse concentrado em apenas três cidades do Grande Recife até semana passada, agora ele já se espalhou por 13 municípios em Pernambuco, inclusive alguns dentro da Zona da Mata. O maior número de casos está localizado em Recife, capital pernambucana, onde 185 pessoas constataram as lesões na pele.
Foi também em Recife que os primeiros casos começaram a pipocar pelos cantos. No início de outubro, alguns habitantes relataram ter coceira intensa, com lesões avermelhadas espalhadas pela pele. Como a origem do surto ainda é desconhecida, as autoridades locais têm dado continuidade às investigações.
As ocorrências na capital do estado se distribuem em 39 bairros, mas aparecem predominantemente na zona norte, especialmente entre Dois Irmãos e Guabiraba. A tendência é que o setor de saúde da região continue realizando questionários nos locais de maior incidência e realize novos exames laboratoriais durante as próximas semanas.
Hipóteses para o problema
No dia 19 de novembro, a SES descartou a possibilidade do surto ter sido transmitido através de alimentos. A principal suspeita dos especialistas é de que sejam casos de sarna humana, alergia ou um tipo de arbovirose causada por mosquito. Por esse motivo, os municípios devem contar com o auxílio constante de dermatologistas e até mesmo cogitar a instalação de armadilhas para mosquitos.
Na sexta-feira (26), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) levantou a hipótese de que o surto possa estar sendo gerado pelo uso indiscriminado de ivermectina, um vermífugo usado para o tratamento de sarna e piolho, mas que também foi integrado no "kit covid" para combater a covid-19 sem qualquer eficácia comprovada.
Cuidados pessoais
A orientação no estado é que os profissionais da saúde notifiquem os casos suspeitos em um prazo de 24 horas. A partir desse momento, cada caso será investigado pela SES em parceria com os municípios, para então conseguir chegar a uma eventual conclusão a respeito do que vem causando o surto.