Brasil freia queda na vacinação, mas fake news ainda é desafio, diz Saúde

As estatísticas foram comprovadas pelo módulo sobre a Covid da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, divulgado em maio.

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diretor da PNI Eder Gatti | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) apontou, com base nas estatísticas, que a desinformação vem causando estragos e contribuindo para a queda nas coberturas no Brasil. Segundo falou ao GLOBO, o diretor da PNI Eder Gatti, há um sinal de alerta contra o movimento antivacina e a disseminação desenfreada de fake news relacionadas à segurança e à eficácia de imunizantes.

DADOS DO IBGE

As estatísticas foram comprovadas pelo módulo sobre a Covid da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, divulgado em maio. A pequisa analisou cerca de nove milhões de pessoas que não haviam tomado, até o primeiro trimestre de 2023, sendo um quarto não confiava na vacina.

Ainda conforme o diretor da PNI, a disseminação de informações falsas “piorou com a questão das redes sociais, a politização da vacinação da Covid e o surgimento de grupos que defendem a não-vacinação”. 

“Embora novo, já causa muito estrago, especialmente na vacinação de adultos, como vemos no caso da Covid e da influenza (a campanha atual está com baixa adesão no Brasil todo). A gente vê que está melhorando a vacinação de rotina das crianças e adolescentes. Por exemplo, a do HPV, entre 2022 e 2023, subiu 40% em termos de número absoluto de doses aplicadas, mais entre meninos e em termos de segunda dose. Agora, entre adultos, há dificuldades. A PNAD Covid mostra que mais de 90% da população tomou alguma dose contra a doença. Só que a segunda maior causa entre os que não tomaram as demais doses é falta de confiança na vacina. E quem não tomou nenhuma foi por negacionismo mesmo”, explicou Eder Gatti.

FAKE NEWS ATRASA CAMPANHAS VACINAIS

Durante a entrevista ao GLOBO, o diretor enfatizou ainda que a propagação de informações falsas atrasa também as outras vacinas. “Ainda somos um país que acredita em vacina, mas o antivacina está presente e causando problemas no país. Estamos monitorando a desinformação nas grandes redes e categorizando por classificação de risco”, disse. 

“No caso da Covid, o fato de trazer a vacina para o calendário do PNI a transforma em algo rotineiro, e traz os condicionantes, como o Bolsa Família [...] até o ano passado, era campanha. Então essa é uma forma de blindar a vacina. Além disso, o microplanejamento ajuda na rotina, pois a vacina chegar mais facilmente às pessoas, ao profissional de saúde, mitiga um pouco a desinformação. E vamos buscar os não-vacinados pelo setor de atenção da saúde”, explicou.



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