O envelhecimento cronológico da pele é aquele relacionado à idade, ocorre de forma bem lenta e progressiva e causa leve atrofia, rugas finas e flacidez. Já o fotoenvelhecimento é um processo desencadeado pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol e, portanto, resulta no envelhecimento prematuro. De acordo com Elimar Gomes, dermatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo , quando o raio UV penetra na pele, danifica todas as camadas e provoca mudanças na textura e na pigmentação, promovendo, gradativamente, manchas, perda das fibras de colágeno e produção anormal de elastina, determinando rugas mais profundas e perda de elasticidade da pele.
"Em qualquer idade, podemos claramente perceber a diferença entre o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento: basta comparar a pele localizada na parte interna com a da parte externa do nosso braço", ressalta o especialista. "Os danos provocados pela exposição à radiação UV são cumulativos e, por isso, quanto mais cedo e melhor nos protegermos, menores serão os sinais do envelhecimento".
Além das manchas e rugas visíveis, a exposição à luz solar provoca em todas as células da pele pequenas alterações no DNA celular. "Nossas células têm alguns mecanismos de reparo que corrigem essas alterações. Com o excesso de exposição ou com o dano cumulativo, nem todas se recuperam e, consequentemente, acontecem mutações que promovem o crescimento anormal e descontrolado de algumas células, dando origem ao câncer de pele", conta o dermatologista. Segundo ele, quando essas mutações ocorrem nas células de revestimento da pele temos os carcinomas, que se divididem em basocelulares - das células basais - e espinocelulares - das células escamosas. "Já quando temos mutações nos melanócitos, as células que produzem melanina e dão cor a nossa pele, temos o câncer do tipo melanoma", explica o especialista.
Além do fotoenvelhecimento, mais de 90% dos casos de câncer de pele são causados pela exposição aos raios ultravioleta do sol. "Inúmeros estudos demonstram que tanto à exposição crônica diária à radiação ultravioleta (pequena quantidade de sol nas áreas expostas do corpo durante muitos anos de vida) quanto à exposição intensa e intermitente à radiação ultravioleta (episódios de exposição prolongada e desprotegida ao sol que levam a queimadura solar) estão diretamente relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer de pele. Sendo assim, é indispensável usar diariamente protetor solar fator 30 ou maior, usar chapéu e óculos escuros, roupas com fator de proteção ultravioleta no tecido, evitar exposição ao sol no período entre 9 e 15 horas e permanecer na sombra sempre que possível", reforça o médico, que também é coordenador da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que anualmente no mês de dezembro intensifica as ações de conscientização sobre diagnóstico e prevenção ao câncer de pele.
O uso de protetor solar diariamente é o primeiro passo no tratamento
do fotoenvelhecimento. O segundo é procurar um médico dermatologista, que analisará cada caso e verificará o que deve e o que pode ser feito. "Existem tratamentos mais simples com cremes hidratantes, antioxidantes e ácidos que estimulam a renovação celular e podem ser usados em casa. Além disso, inúmeros tratamentos podem ser realizados no consultório, tanto para prevenção quanto para corrigir os sinais do fotoenvelhecimento, tais como peelings, luz pulsada, Laser fraccionado, ultrassom microfocado, bioestimuladores de colágeno, preenchimento com ácido hialurônico, aplicação de toxina botulínica, entre outros", finaliza o profissional.