Por Sávia Barreto
A segunda-feira, 02, foi de tensão na Assembleia Legislativa do Piauí. Oficialmente, o discurso é de que os seis deputados titulares que deixaram os cargos no secretariado para retornar a Assembleia Legislativa do Piauí, o fizeram para poder participar da votação do projeto de empréstimo do Governo do Estado e garantir o empenho de recursos para suas bases. Extraoficialmente, a coluna Primeira Mão apurou que há outras versões motivando o retorno dos parlamentares, entre elas a verba indenizatória, que é usada para ressarcir despesas com locação de imóveis e de veículos, material de expediente, combustível e contratação de consultoria, entre outros gastos do exercício do mandato.
R$ 30 mil de verba
Dois suplentes e uma fonte de primeiro escalão do Palácio de Karnak informaram à coluna que alguns deputados que deixaram o exercício do mandato temporariamente para serem secretários, queriam ter acesso às verbas indenizatórias, que somam cerca de R$ 30 mil. Os suplentes se negaram. Há também a insatisfação de alguns deputados com as pastas em que estão, especialmente quando se trata de disponibilidade de recursos.
Líderes tentam resolver
Quem está agora tentando resolver a questão são os líderes dos grandes partidos, como o Progressistas e o MDB, através dos deputados Júlio Arcoverde e João Mádison, respectivamente, o secretário de Governo, Osmar Júnior, os petistas Francisco Limma e Franzé Silva, junto com o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, deputado Themístocles Sampaio (MDB).
Revolta dos suplentes
“Tirando o Georgiano Neto, nenhum deputado titular foi eleito com os próprios votos. Se tirassem os votos dos suplentes da coligação alguns deputados perderiam as suas cadeiras”, disse um suplente que se manifestou preservando a divulgação da identidade. Segundo ele, se tiver que devolver a verba indenizatória, prefere deixar a política e voltar à profissão que exercia anteriormente. “Os titulares já ficam com a verba de gabinete e todos os seus servidores e ainda querem a verba indenizatória, de caráter pessoal?”, questionou.
Decisão não foi do Governo
“A priore, essa não é uma decisão do Governo. Houve um desentendimento entre os deputados titulares e os suplentes. Sempre que um deputado se licencia, fica acordado ele ainda comandar a distribuição de verbas, emendas e algumas questões de gabinete. Houve um estranhamento porque alguns suplentes não estavam cumprindo acordos entre eles. Decidiram voltar para comandar os gabinetes novamente até por em controle algumas situações deles. Mas não é decisão de governo”, informou fonte com acesso ao Karnak, acrescentando que o governador entende que os suplentes são “parceiros” e a situação deve ser equacionada antes que o imbróglio se estenda por mais tempo.