Por Sávia Barreto
O senador Marcelo Castro (MDB) disse que as chances de não ser candidato ao Governo do Estado em 2022 são de 99,9%. O parlamentar confirmou que há grupos no MDB que o defendem em candidatura própria, no entanto, revelou dois motivos pelos quais não deseja pleitear a disputa: 1) não tem o projeto político de estar no cargo Executivo 2) não carrega boas lembranças de tentar ser candidato em uma disputa para governador, em referência a 2014. As declarações foram dadas em entrevista ao programa “Ou Seja” (TV e rádio Jornal Meio Norte).
“Não quero”
"Eu não tenho jogada, laço, carta escondida na manga. Sou absolutamente transparente. Mudo de ideia? Sim, pois qual o ser humano não o faz? Mas, não tenho como projeto político ser governador do Piauí por uma série de razões. A principal é que sempre tive o sonho de ser senador [...] Meu compromisso é fazer um bom mandato. Eu lhe diria com 99% chances que não serei candidato, pois não tenho o principal, que é: eu não quero. A vez que tentei ser não tenho boa lembrança", frisou o senador.
“Os marcelistas”
Sobre emedebistas que defendem que Marcelo Castro seja a cabeça de chapa a governador, Marcelo brincou: "Uns sim [querem candidatura] e outros sentem que meu coração não é de candidato. Esses torcem para eu não ser. Não está no coração, na vontade. Esses estão do meu lado para não ser", contou.
Dr. Pessoa na mesa de negociação
O parlamentar garantiu que as decisões sobre o futuro político da sigla perpassarão pelo prefeito de Teresina Dr. Pessoa (MDB). À entrevista, Marcelo classificou Pessoa como gestor popular, que tem crédito com a população e que teve uma vitória surpreendente. Entretanto, destacou ainda não é o momento de cobrar qualquer posicionamento do chefe do Executivo da capital.
“Não está na hora de cobrar posição do Dr.Pessoa”
"Dr. Pessoa é hoje um dos maiores líderes políticos do nosso estado [...] e estará a mesa de negociações para definir o futuro do partido. O MDB não tomará nenhuma posição sem a participação do Dr. Pessoa, ele terá voz ativa. Agora, não está na hora de cobrar posição dele. Vamos deixar isso para o ano que vem para em harmonia tomarmos uma decisão em favor do Piauí, Teresina e nosso partido", pontuou.
SUPER-CHAPA
Marcelo Castro fez um aceno positivo para suposta “super-chapa” para estratégia proporcional. Ao comentar a possibilidade do MDB receber três deputados de outras siglas, a fim de eleger oito, e não seis deputados, o senador avaliou que é uma é "uma questão aritmética".
“Outros vem para o MDB ou MDB vai para os outros”
"Todas as eleições que fizemos no Brasil eram com coligações proporcionais. Todos os partidos tinham a estratégia de coligar o maior número de candidatos para eleger o maior número de deputados [...] Agora a coligação não existe mais. Então cada partido terá que arcar com seus votos [...] Essa proibição visa o fortalecimento de partidos políticos. Então, vamos ter que nos concentrar em um número menor de partidos. Ou outros vem para o MDB ou o MDB vai para os outros, porque sozinho não tem como", analisou.
Ainda sobre a formação de chapa proporcional o parlamentar respondeu sobre suposições que apenas quatro partidos - PT, MDB, PSD e Solidariedade - elegeriam deputados na base do governador Wellighton Dias (PT):
"Para mantermos a lógica do passado, o normal é ir todo candidato para um partido só, pois com a mesma quantidade de votos faríamos um deputado federal a mais e talvez dois ou três deputados estaduais com a mesma quantidade de votos. Acho impossível ficar todos em um único partido. Então, vamos para dois, ou três, ou quatro. Mas aí você foge da lógica. [...] Para eleger o maior número de deputados você deve se concentrar no menor número de partidos. Em vez de você reunir partido A,B,C, D ou E em uma coligação, você reúne em um partido", destacou.
Para Marcelo Castro, o grupo emedebista têm os precedentes necessários para ser o partido a receber os nomes de outras legendas. "Qual é o partido com tradição de respeitar a posição de cada um, age tolerante e democraticamente desde sua fundação? É o MDB. Esse são predicados que vamos levar para discussões para as pessoas virem para o MDB ao invés de irmos para outro partido", defendeu.
Marcos Aurélio x Castro Neto
Acerca de uma possível disputa entre o próprio filho, Castro Neto e o filho de Themístocles Filho (MDB) na disputa a legislativo, Marcelo Castro revelou ter estratégia para resolver a situação.
"Eu não tenho um plano do MDB só ter dois candidato a deputado federal, porque o provável é que um se eleja e o outro não. Se tem dois candidatos vamos fazer uma eleição majoritária. Dois amigos, partidários, com a mesma filosofia política vão se digladiar, falar contra o outro para ver quem tem mais voto. Vamos resolver. Irei argumentar para outros candidatos virem ao MDB, onde tudo é decidido democraticamente, e teremos 10 ou 12 candidatos para elegermos um número expressivo a nível federal", disse.
CPI DA COVID
Marcelo Castro, sendo médico e ex-minístro da Saúde, fez ponderações sobre a CPI da Covid, que investiga omissões do Governo Federal na gestão da pandemia no Brasil. O senador explicou que não votou a favor da CPI, pois, na época o Brasil era o epicentro da crise sanitária e ele julgou que o momento era de juntar esforços para salvar vidas. No momento, ele avaliou como positivo o trabalho da comissão, visto que está trazendo esclarecimento para população.
"CPI você não sabe como vai terminar. Você só sabe como começa. Agora, a CPI está prestando um grande favor ao Brasil, que é trazer a verdade para opinião pública. Não fizeram por quê? A pessoa está indo lá e dizendo [...] Então, todos estão esclarecendo e todos que estão acompanhando, não é só por prazer. Estão se informando e formando um juízo dos erros que cometemos. É impossível uma pessoa racional dizer que fizemos as coisas certas", ponderou.
O senador aproveitou o momento para criticar uma atitude que, como ele próprio classificou, o deixa "indignado". Esportistas na Avenida Raul Lopes sem o uso de máscara. Ele defendeu uma maior fiscalização, inclusive, prisão para quem desrespeitar a norma sanitária.
"Eu vou caminhar na Avenida Raul Lopes em Teresina e metade está de máscara e outra metade não. Por quê? Porque não tem fiscalização. Esse é o problema [...] a máscara é um dever cívico, um ato de civilização. Como uma pessoa pode andar sem máscara no meio da rua, é um desrespeito com a vida do outro. Eu fico indignado quando vejo dezenas de pessoas nesse Brasil afora sem máscara. Saiu de casa tem que usar máscara. Como se faz isso? Coloca a Polícia na rua. Na hora que a Polícia pegar dois ou 10 ninguém mais sai sem máscara", denunciou.