Por Samantha Cavalca
Pelos bastidores da transição do governo Bolsonaro existem duas pautas constantes: a reforma da Previdência, que será comandada por Paulo Guedes, e a atuação de Sérgio Moro na Justiça.
Existe uma expectativa que Moro, com base no que aconteceu no Rio de Janeiro, com a assombrosa marca de possuir quatro governadores eleitos presos e escândalos em todas as esferas na Assembleia Legislativa, deva concentrar as investigações nas administrações diretas dos estados e em suas respectivas assembleias.
Moro já mandou recado claro ao declarar, na semana passada, que “casas legislativas agem com desvio de poder quando protegem um parlamentar investigado por suspostos atos de corrupção”.
Moro também vai agir ativamente no Congresso pelo fim do foro privilegiado. O futuro Ministro na Justiça considera que o foro privilegiado permite a parlamentares responderem a investigações em instâncias superiores ao degrau inicial da Justiça e que isso fere a Constituição.
“Moro quer saber se outros estados do Brasil possuem esquemas de corrupção como o Rio de Janeiro e incentivará investigações nos estados e assembleias em todo país”, afirma fonte ligada ao presidente eleito. “Em paralelo a isso, ele vai lutar pelo fim do foro privilegiado no Congresso e terá apoio do presidente”.