Por Sávia Barreto
O que esperar do encontro entre os governadores do Nordeste, incluindo o piauiense Wellington Dias (PT), e o presidente Jair Bolsonaro, esta quarta-feira em Brasília?
Visitas: Bolsonaro foi aos Estados Unidos e a Israel, mas não pisou no Nordeste, região do país onde teve menos votos, e também onde sua rejeição é crescente. Ele deve anunciar uma agenda para estados da região, entre eles o Maranhão e Pernambuco. A previsão é para o final de maio. O Piauí, pela proximidade geográfica - e a depender do resultado da reunião e da interação de Dias com Bolsonaro - pode ser incluído na agenda.
Força-Tarefa: Antes de visitar os estados nordestinos, Bolsonaro quer ter o que mostrar. Conforme noticiou o jornal O Globo, ele já reuniu ministros e pediu foco em ações para a região. Os governadores do Nordeste passam por situação difícil: a região sofre historicamente com baixos índices socioeconômicos – apesar das melhorias nos últimos anos – e com a crise econômica nacional, esse impacto se reflete com mais força nos estados. A recessão no Nordeste é maior que a média brasileira. Os gestores reclamam que as políticas federais para a região estão paralisadas.
Mudança de tom: os governadores do Nordeste atuam como força política de oposição a Bolsonaro. Todos são oposicionistas e ligados a partidos de esquerda. São eles: Paulo Câmara (PSB-PE), Belivaldo Chagas (PSC-SE), Renan Filho (MDB-AL), João Azevedo (PSB-PB), Camilo Santana (PT-CE), Wellington Dias (PT-PI), Flavio Dino (PCdoB-MA), Rui Costa (PT-BA) e Fátima Bezerra (PT-RN).
Dependendo dos investimentos e medidas discutidas com o presidente – sob risco de alguma gafe ou frase mal colocada de Bolsonaro que possa gerar um mal-estar – os governadores podem, pelo menos, diminuir a munição reservada ao Governo Federal. Bolsonaro também precisa diminuir o tom porque precisa dos votos da bancada do Nordeste para aprovar pautas como a reforma da Previdência no Congresso Nacional.