Por Sávia Barreto
O suplente de deputado federal José Maia Filho, o Mainha, não vai aceitar nenhum cargo no Governo estadual. Mainha informou ao blog Primeira Mão que o Progressistas o deixou à vontade, mas que por uma questão pessoal ele entendeu que assumir qualquer função no Governo seria equivalente a um "prêmio de consolação": "Melhor perder alguma coisa do que a dignidade. Nunca ocupei cargos no Governo, só o que fui eleito", frisou.
"Vamos agora fazer nossa agenda independente. Não vou ficar adversário do governador", pontuou Mainha ao blog, acrescentando ter feito apenas um pedido ao governador: que priorize os reparos na estrada Picos-Itainópolis. "Meu partido votou no Governo e não posso fazer oposição". Ele classificou o imbróglio como uma "desatenção" do governador Wellington Dias (PT) e fez críticas: "O governador não fez um secretariado técnico. É eminentemente político. O secretário de Saúde, por exemplo, Florentino Neto, é advogado e ex-prefeito, assim como eu. Sem desmerecer o Ziza Carvalho, que estava antes na pasta de Meio Ambiente, eu fui gestor e já trabalhei antes na coisa pública".
As opções de Mainha oferecidas pelo governador eram: assumir o cargo de presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTP) - que cuida do metrô e terá um acréscimo de R$ 200 milhões para ações, ficar no comando da Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Piauí (Agrespi) ou sentar na cadeira de deputado federal no Congresso no final do ano.
Mainha teve mais de 60 mil votos nas última eleição e foi indicado pela direção da sigla para assumir a secretaria Estadual de Meio Ambiente mas teve seu nome vetado por questões políticas ligadas à família, que não apoiou Dias no pleito eleitoral. A indicação no Meio Ambiente ficou com a deputada federal Margarete Coelho, do Progressistas, que indicou a irmã, uma técnica na área, Sádia Castro, para a pasta. Por conta dessa decisão de Wellington, o partido realizou uma reunião na manhã desta segunda-feira, 06, na casa do senador Ciro Nogueira para definir os rumos da sigla.
"A forma como foi colocada não foi correta. Não quero que se passe a impressão de barganha por cargos. Em todo Governo, aqueles que não conseguiram êxito e tiveram votação expressiva, são convidados para participar da gestão. Isso acontece na gestão municipal em Teresina, na federal. Não é indigno", argumentou Mainha, que disse não ter mágoas de Margarete Coelho: "Ela é uma grande aliada. Ela disse que se o partido entregasse os cargos, ela seria a primeira a seguir com o Progressistas".