Por Sávia Barreto
Andamos por cerca de 50 minutos pelo Parque da Cidadania, no Centro de Teresina. Ele era alvo de olhares atentos e, vez ou outra, nosso percurso tinha alguma interrupção para receber cumprimentos. Nem todo político no meio de um mandato se dispõe a encarar o escrutínio público, afinal, pode ser alvos de protestos, críticas e desconforto com a exposição em um ambiente não controlado. Firmino aceitou o desafio e no percurso que fizemos no local escolhido por ele como ponto turístico preferido na capital, testou o termômetro de sua popularidade como gestor municipal. Ele se disse pronto para voos mais altos, leia-se: Palácio de Karnak.
O economista Firmino Filho fala com empolgação sobre dois assuntos: redes sociais e psicologia. Já quando veste a capa de prefeito, Firmino é reticente para falar de política mas não deixa de abordar os questionamentos colocados. Fã da série da HBO, Game Of Thrones, o tucano relata a admiração pela esposa - que se lançou na disputa eleitoral em 2018 e hoje é deputada estadual pelo Progressistas, pela e a mãe, que enfrentou recentemente problemas de saúde.
Declaradamente tímido, diz que os amigos de escola admiram-se do fato de ter se tornado prefeito. Firmino relata que o fato de ter estudado, dedicado-se à vida acadêmica e entrado em sala de aula, o fez perder a inibição para falar daquilo que gosta. "Sou apaixonado por economia, por história, eu gosto muito de estudar e para você ensinar, você tem de superar a sua timidez e organizar a sua forma de falar e foi isso que fez eu perder a timidez e essa experiência também serviu para a vida pública. Hoje eu tenho prazer em falar, se você me pedir para falar 1 hora sobre educação, saúde, eu terei o prazer de falar".
Firmino Filho tem duas palavras de ordem: educação e busca por bem-estar. A segunda, é além de política, pessoal: "Também eu tô ficando velho, tô com 50 anos, e tem coisas que você começa a se questionar depois de uma certa idade, quando você vai ficando velho, você vai tendo às vezes até menos expectativas de futuro, menos projetos pro futuro, você já não tem mais muito tempo de vida, sua saúde já começa a ter restrições, mas você vai ter muito mais conversa pra contar do que aconteceu, essa questão da qualidade de vida é uma questão cada vez mais presente na minha vida pessoal e também a discursão sobre a sociedade, o que é bem estar, qualidade de vida, como é que se constrói isso".
Tendo sido eleito prefeito de Teresina em 1996 e reeleito em 2000, 2012 e 2016 pelo PSDB, diz que o partido passa por uma reestruturação mas não se vê fora da legenda - exceto por um "motivo muito forte". Esse motivo, especula-se nos bastidores, pode ser a disputa para o cargo de governador em 2022 em uma sigla com mais capilaridade, ou seja, o Progressistas, com quem tem discurso afinado e parceria institucional. E ele já dá o mote do discurso que pode adotar: "O Piauí precisa de um pouco mais de gestão, a gente tem excesso de politica no Piauí, sobra politica e falta gestão, falta resultados, e o Piauí vai se passando".
Firmino também faz uma autocrítica do passado: "'Às vezes eu olho o passado e me pergunto como é que deu certo, era muito novo. Hoje me sinto bem mais preparado, em termo de gestão pública, em termos de políticas públicas, formação de equipes de lideranças, interlocução com outras instituições. Então me sinto hoje bem mais maduro".
E pontua dois erros do passado na política: "Em 2002 a gente foi apoiar o PFL, ali foi um erro infantil, porque, talvez se a gente não tivesse cometido aquele erro, se minha trajetória politica tivesse sido diferente. Em 2006 nós buscamos construir uma... na realidade o quadro na época era tão favorável à oposição, que a oposição se dividiu em duas, sem sequer se comunicar, porque achava que era fácil demais ao atual governador. O estado como o Piauí que depende de governo, o governador tendo mal ou estando bem é sempre um candidato fortíssimo", analisou.
Citando de Caetano Veloso ao pai do liberalismo, Adam Smith, Firmino arremata com a frase que colocaria num outdoor, para todos verem: "Só quero saber do que pode dar certo... não tenho tempo a perder".
Confira na íntegra a entrevista com Firmino Filho:
Sávia Barreto: Eu estava conversando com o prefeito Firmino Filho e pedi para ele escolher um ponto turístico de Teresina que ele mais gosta, que ele se sinta à vontade e ele escolheu o Parque da Cidadania, né prefeito?
Firmino Filho: De fato é um parque amplo, bonito e com muito espaço legal, muito verde, muita gente passando, muitas crianças, muita gente caminhando, enfim eu acho um ambiente agradável, um ambiente qualificado de Teresina e o legal dele é que é bem no Centro da cidade, então ele serve de referência para toda a cidade, fica no encontro das avenidas Miguel Rosa com a Frei Serafim. É uma alegria muito grande, como prefeito ter colocado esse parque para cidade, uma alegria grande também para quem vem, eu venho para cá de bicicleta, eu venho para cá caminhar, existe quase que um circuito de parques que a gente faz de bicicleta, por exemplo, a gente anda na Raul Lopes, tem a Potycabana, a Padre Humberto que dá para gente andar bem de bicicleta agora, no retorno a gente passa por aqui, pega a Frei Serafim, é sempre uma alegria grande passar por aqui, muito verde, muita alegria.
Sávia Barreto: Qual o lado de Teresina que o prefeito acha que é criativo, que é bacana, mas que as pessoas não veem desta forma, talvez seja um pouco subestimado ou não valorizado como deveria.
Firmino Filho: Então, eu acho que Teresina tem muita coisa interessante nas suas comunidades, nos seus bairros, tem muitos barzinhos legais, restaurantes, muita comida boa, enfim eu acho que andar em Teresina é descobrir a riqueza do que é feito aqui. Nós temos muitas paisagens interessantes, paisagens na zona rural, muitos lugares para fazer trilhas, muitas coisas bonitas nas margens dos rios. Nossa cidade é sempre um diamante para ser lapidado e é importante que a gente possa sempre buscar criar essas experiências, que a beleza ela não está no objeto, ela está na relação que criamos com o objeto, a beleza da nossa cidade não é a cidade em si, mas aquilo que a gente vivencia na cidade. É a cidade da minha infância, ali na Praça Saraiva, Praça Pedro II é aquela relação que a gente tinha com os amigos, é aquela experiência que é prazerosa, enfim é a experiência em si que deixa a marca.
Sávia Barreto: Prefeito e falando em lazer, você disse que gosta de andar de bicicleta e tudo mais, gosta de assistir séries?
Firmino Filho: Adoro.
Sávia Barreto: Quais?
Firmino Filho: A série por excelência é Game Of Thrones. Eu gosto de Game of Thrones porque tem duas coisas misturadas, tem a questão de história, de alguma forma é uma coisa meio medieval, adoro filmes que são históricos, e ao mesmo tempo tem aquela coisa meio surreal, a coisa que está depois da muralha, aquela coisa meio fantasmagórica. E ao mesmo tempo é uma série que são poucos os personagens que resistem, eles não têm pena de matar os heróis.
Sávia Barreto: Em que o senhor investiu, pode ser tempo, dinheiro, dedicação, esforço, que valeu muito a pena?
Firmino Filho: Valeu a pena, fazer aquelas coisas que a gente gota, desempenhar aquela função que a gente gosta, ter os amigos, ter a família que a gente gosta. Eu sempre na minha vida tive alguns parâmetros, algumas buscas, quando estou fazendo o que eu gosto, fico realizado, realizado em um projeto pessoal, profissional, realizado com os amigos, com a família, fazer o que eu gosto, fazer o que o coração está mandando, depois o resto vem.
Sávia Barreto: Existe alguma coisa que você acredita e que as pessoas acham que é loucura?
Firmino Filho: Não sei se é bem loucura, mas tenho alguns sonhos que eu acho que são possíveis e muito mais realizáveis do que a gente imagina. Nossa cidade por exemplo, temos uma vocação para o estudo, temos várias evidências disso, nós temos escolas do ensino médio de Teresina que estão entre as melhores do país, nós temos a nossa rede municipal que é a melhor de todas as 27 capitais, e nós estamos vendo um momento onde a educação pode dar um salto qualitativo e pode ser o grande fator de desenvolvimento em questão do nosso futuro, de alavancagem do nosso futuro.
Eu acredito nisso, acredito que possamos ter uma educação pública de qualidade, no ensino fundamental, no ensino médio de qualidade, um ensino superior de qualidade focado em meia dúzia de cursos, de campos de trabalho, de estudo, podemos ter alguns departamentos de alta qualidade e esse conhecimento, esse movimento, essa tecnologia, pode alavancar o nosso futuro e quando a gente fala da tecnologia da informação da comunicação, tem muito a ver com isso, então eu acho que a gente tem uma chance enorme, mas nós temos que perceberá no caminho, não adianta apenas sonhar, temos que construir, e essa construção não é de apenas a uma pessoa, então é como a construção de uma cidade e leva tempo, mas requer a determinação, é algo plausível, essa opção de ser apaixonado pela educação, eu acho que a educação é algo fundamental para o desenvolvimento econômico, não tem pais rico que não seja educado, é fundamental na consolidação das instruções democrática, cidadania, não tem país que seja livre sem que o povo seja educado, é fundamental no combate as injustiças, para erradicar miséria e fome basta que você consiga universalizar uma educação de qualidade, é algo definitivo, não é algo temporal, passageiro, a educação constrói a qualidade de vida, você consegue construir sua liberdade, sua própria vida, as família precisam ter essa concepção. Acho que é um tópico muito ml colocado nas agendas, nas agendas da sociedade, das grandes mídias, a questão da educação, é um algo que vale muito mais e está sendo menosprezados nos debates, é algo a ser pensado.
Sávia Barreto: Qual conselho o Firmino de hoje daria para o Firmino de 20 anos?
Firmino Filho: Faça o que o seu coração manda, se o coração mandou, vá lá e faça, ás vezes a gente acerta, comemora, quando a gente erra a gente dá a volta por cima, aprende e parte para outra.
Sávia Barreto: E o que o senhor fala consigo mesmo antes de entrar em uma disputa eleitoral?
Firmino Filho: Eu rezo muito, peço a proteção de Deus, para que Maria nos proteja para que a gente possa chegar até o final. Toda disputa, todo processo eleitoral existe muita paixão, ou a gente faz por está acreditando, está muito engajado, com o grupo que a gente se sinta à vontade, se não, não rola, acho que é isso. Temos que seguir a paixão, o extinto a intuição.
Sávia Barreto: Dizem que a gente é muito uma média das pessoas com quem a gente mais convive. Então eu queria que você citasse duas pessoas com quem o senhor aprendeu alguma coisa no último ano.
Firmino Filho: A no último ano, a Luci, eu sou apaixonado por ela e casado com ela há trinta e tantos anos, mas no ano passado ela deu uma prova de superação, ela sempre gostou da vida pública, mas nunca foi protagonista, mas ano passado, ela foi a luta, se superou, foi uma coisa muito bonita. Temos muitas boas demonstrações, uma outra pessoa é minha mãe, a mulher da minha vida, ela passou por um problema de saúde gravíssimo agora e continua batalhando, ela é uma pessoa que marca. Enfim eu tenho muitas mulheres fortes na minha vida, a Barbará e a Cristina que tem o gênio fortíssimo, o gênio forte da mãe se separou em dois e foi um para cada filha.
Sávia Barreto: Se um dos seus filhos quisesse entrar para a política, você ia aconselhar ou desaconselhar?
Firmino Filho: Cada um tem que seguir o seu destino, a sua paixão, até agora nenhum dos três demonstrou isso, mas eu acho que cada um tem que seguir a sua programação, seu plano de vida, cada um tem que montar o seu plano de vida e tem que seguir de acordo com as interpretações que ele vai colhendo na estrada.
Sávia Barreto: Qual o pior conselho que alguém pode dar para quem quer entrar na política?
Firmino Filho: Política é coisa suja, na verdade, política é uma forma maior de servir. O papa Paulo VI tem uma frase que ele incentiva, que a política é uma forma de amor maior, porque você consegue fazer o bem não é no varejo. Por exemplo, se você pega uma criança e alfabetiza uma criança, você está fazendo explodir um conhecimento numa cabecinha de 5 ou 6 anos, mas se você faz uma alfabetização em massa e pega toda a geração bem alfabetizada, você transforma a vida de toda uma geração de crianças.
Então a política tem a possibilidade de fazer o bem em escala e é necessário que a gente possa preservar esse lado bom da política, mas a gente só consegue enfrentar os problemas que são coletivos, ter democracia com política, então temos que enaltecer o lado bom da política para atrair também boas famílias, porque um dos problemas que existe é as pessoas acharem que política é só coisa ruim, coisa sujas aí só vem gente ruim. Eu acredito que não tenha política velha e política nova, e sim política boa e política ruim. Então ao longo do tempo, tem muita coisa boa e ruim que foram feitas, é importante que a gente possa aprender com os erros, a democracia nos permite fazer isso de 2 em 2 anos, fazer essas correções. Na medida que a gente apanha, mas a gente vai corrigindo.
Sávia Barreto: A gente tem observado a população um pouco cansada desta política justamente porque ficou uma imagem de que política é uma coisa negativa e em muitos países a gente está em nicho com uma agenda mais à direita, com uma pauta mais conservadora. Como você vê isso?
Firmino Filho: Eu acho que a política trabalha com esse conflito de contrários e em determinados momentos você tem uma postura que é mais dominante, com o tempo, depois muda, enfim é o ciclo da política. A política não tem fundo do poço, aquilo que está desaparecido, de repente reaparece com força total. Então o que acontece na política é que a gente tem que parar de eternizar aquilo que é momentâneo, a política vive de ciclos, vai e volta, essa é a riqueza da política. Precisamos que a política seja uma coisa aberta, que tenha democracia que a pessoa possa se expressar, que possamos fazer o rodizio de poder, para que novas ideias possa chegar. Precisamos ter políticas públicas mais abrangentes, então esse consenso mínimo tem que ser trabalhado e ao mesmo tempo é necessário que a gente possa construir alguns consensos como a gente enfrenta e possa chegar a esses projetos, sonhos. Acredito que se pegarmos o Brasil de hoje com o Brasil da minha adolescência, este está muito melhor do que o do passado. O Brasil avançou muito em 30 anos e acredito que lê vá continuar avançando e temos que ter essa dimensão deste movimento histórico, infelizmente na cabeça da gente, só conseguimos ver o presente, especialmente agora com essas mídias sociais, temos tantas informações sobre o presente, já estamos sabendo que pegou fogo na catedral de Notre-Dame, dos problemas em Brasília e que o imperador renunciou lá no Japão, tanta coisa que chega nos nossos grupos de amigos, os memes engraçados, a fofoca que está acontecendo.
Sávia Barreto: Você está em quantos grupos no WhatsApp?
Firmino Filho: Eu acredito que deve ser em torno de uns 400, às vezes eu perco alguma informação importante porque tem tanta coisa que é difícil acessar, as vezes é até difícil justificar, o por quê não leio a mensagem, tinha tanta coisa que fico só passando, passando que acabo passando por cima de algo importante. É difícil responder a todos, eventualmente um ou outro. Temos tantas informações sobre o presente que as pessoas tendem a si abstrair do passado e do futuro, como se o presente fosse infinito, como se estivéssemos presos dentro dessa bolha no presente e não temos mais passado de onde a gente veio e nem futuro para onde a gente vai, então no meio dessa bolha a gente precisa manter esse sentimento da nossa trajetória da nossa caminhada.
A gente pode construir um futuro diferente através dos nossos próprios esforços, então é importante que a gente não se desespere diante do presente e atraia coisas negativas, se você comparar as mídias sociais tem uma tendência de trabalhar com a negatividade e isso tem implicações sob o comportamento pessoal, social, se você pegar o profissional otimista ou pessimista, quem faz sucesso?
Sávia Barreto: Talvez o que critique mais.
Firmino Filho: Dá mesma forma se você pega um candidato, quem tem mais votos? O candidato que é otimista, quando a gente trabalha uma agenda negativa a gente baixa a autoestima das pessoas e da coletividade e ao mesmo tempo criamos uma onda de pessimismo que faz com que as pessoas fiquem em um estado de mal-estar, isso condiciona a nossa proteção. Então eu acho que o desafio da mídia social é fazer a mídia social do bem.
Eu vi um dia uma experiência muito interessante, estava até pensando em trazer para Teresina, é chamada de transforma Recife. É uma plataforma que você pega de um lado as pessoas que querem trabalhar voluntariamente, exemplo, eu quero passar três ou quatro vezes no mês trabalhando no Centro dos idosos. Vou passar uma hora tentando arranjar rações para cachorros abandonados. Existe um potencial muito grande, de outro lado eles pegam aquelas organizações que precisam desse trabalho voluntário, fazendo uma ponte. Recife tem duas vezes mais voluntariado do que a média das cidades brasileiras. Estamos tentando trazer isso para Teresina até o fim do semestre. O terceiro desafio da internet, depois de toda a reforma tecnológica a gente muda o comportamento. A tecnologia pode ser usada para o bem e para o mal, então é necessário que a tecnologia seja bem utilizada, não devemos ficar escravos de tecnologia. É importante que a gente possa apreender com um instrumento poderoso e tão importante quanto esse.
Sávia Barreto: Você é um homem público a bastante tempo, a gente estava conversando aqui e algumas pessoas pararam para cumprimentar, para assistir, você se sente muito observado, deixa de fazer alguma coisa por causa disso, ou não, gosta?
Firmino Filho: Sempre fui um cara muito introvertido, muito tímido, quem me conhece desde menino, sabe disso, muitos dos meus amigos do Diocesano se perguntam como eu consegui fazer política, falar em público. Eu gosto muito de sala de aula, para mim é um espaço prazeroso, eu sempre gostei de ser aluno, de estudar, ser calado, ter tranquilidade para ouvir, aprender, gosto muito de aprender e ao mesmo tempo a sala de aula te permite a falar se você tem uma dúvida, você levanta o dedo. Meu plano de vida é acadêmico, meu projeto de vida era ser acadêmico. Sou apaixonado por economia, por história, eu gosto muito de estudar e para você ensinar, você tem de superar a sua timidez e organizar a sua forma de falar e foi isso que fez eu perder a timidez e essa experiência também serviu para a vida pública. Hoje eu tenho prazer em falar, se você me pedir para falar 1 hora sobre educação, saúde, eu terei o prazer de falar.
Na psicologia tem um conceito chama de “flow”, fluxo, quando toda sua cabeça, toda sua mente está ocupada com o tempo passado por prazer. Eu faço, por exemplo, quando começo uma palestra, quando você começa dar uma aula. Discurso quando pega, é aquele discurso que teve “flow”, que ele preencheu toda a sua cabeça, e você conseguiu se comunicar, e as pessoas prestam atenção, e o discurso roda. O cara que fala sempre sabe se o discurso pegou ou não pegou, se chegou ou não pegou, até o silêncio. Quando você fala bem, a coisa chega, você nota que todo auditório, toda sala, aquele silencio, as pessoas estão prestando atenção. Agora quando não entra no rumo certo, conversa pra cá, olha pra lá, a mesma coisa de professor que não está ensinando direito, o aluno olha pro lado, olha pro outro, checa o relógio, vai no celular e tal. É uma coisa que eu faço com prazer, quer dizer, falar, passar algum tipo de mensagem.
Sávia Barreto: O senhor tava falando agora a pouco e eu me lembrei, do livro como as democracias morrem, lembrei daquele livro Sapiens. Qual livro o senhor tá lendo agora, qual livro o senhor recomenda?
Firmino Filho: Eu não tô lendo um livro só, eu tô lendo três livros distintos. O Manual de Liderança, que é um livro antigo, Os Mitos da Felicidade, que é uma cosia assim de psicologia positiva, não é autoajuda, é livro bem interessante, e tem um livro também que tô lendo sobre cidades sustentáveis, que é basicamente o conceito do que seria uma cidade sustentável no século XXI. Coisas distintas.
Uma é a questão de liderança, que está sempre essa questão de gestão, que é uma coisa que a gente precisa no dia a dia, para gente estar sempre renovando, qual o papel que você tem que executar. Eu acho que liderança é uma das funções hoje mais importantes na gestão. Nessa economia mais horizontal onde todo mundo é líder de si mesmo, é fundamental que haja algo que faça todo mundo se mobilizar e dar o melhor de si, essa questão de liderança é muito mais importante que planejamento, do que avaliação, do que processo, hoje o grande desafio nosso está nessa questão de liderança.
Questão de qualidade de vida, cada vez mais dentro dessa discursão de sustentabilidade, hoje a gente sabe que o mundo tem muitos desafios do bem estar que são relacionados a nível de renda, de empregos, principalmente países que tem muita pobreza, que tem renda baixa, renda média, mas é cada vez mais discutido a questão da felicidade das pessoas.
Adam Smith, que é o pai da economia do mercado, disse na Riqueza das Nações de 1736, ele na realidade diz que o objetivo geral é encontrar a felicidade, se faz tudo isso, o movimento da mercadoria, as pessoas trocam ideias, as pessoas conversam, na verdade o objetivo maior é ter a maior felicidade possível, como você não pode medir, medir a tal da felicidade e com o tempo passou a medir o desempenho da sociedade através da sua riqueza material, como se fosse um aproximador, uma medida substituta do bem estar das pessoas. O que acontece é que cada vez mais é descasado o desempenho material do desempenho emocional, e é importante que a gente possa entender esse mecanismo, por exemplo, eu acho que a educação, o que é mais importante, uma pessoa com patrimônio ou uma pessoa educada?
Para mim é muito mais importante nos dias de hoje uma pessoa educada, uma pessoa educada constrói muitas outras experiências que uma outra pessoa que até com riqueza não tem a capacidade, hoje em dia até se o caba tem um patrimônio grande se não tiver educação daqui a pouco esse patrimônio não vai existir mais, então eu acho que o debate hoje sobre felicidade, sobre bem estar é muito interessante.
Também eu tô ficando velho, tô com 50 anos, e tem coisas que você começa a se questionar depois de uma certa idade, quando você vai ficando velho, você vai tendo às vezes até menos expectativas de futuro, menos projetos pro futuro, você já não tem mais muito tempo de vida, sua saúde já começa a ter restrições, mas você vai ter muito mais conversa pra contar do que aconteceu, essa questão da qualidade de vida é uma questão cada vez mais presente na minha vida pessoal e também a discursão sobre a sociedade, o que é bem estar, qualidade de vida, como é que se constrói isso.
Sávia Barreto: Como é que ter perdido uma eleição apara governador lhe preparou pros sucessos futuros eleitorais, que ganhou para vereador, deputado, prefeito?
Firmino Filho: Foi uma experiência importante porque ela fez um teste, mostrou capacidade de resistir, de superar, mostrou resiliência. E a vida é assim eu digo sempre, você não aprende com a vitória, você aprende com a derrota, você não aprende com a questão que você acertou no teste lá do Enem. Nossa mente é mais ou menos assim, aquela coisa boa que acontece, foi boa, você tem aquele momento rápido de satisfação, mas aquilo que você errou, provoca uma dor, e aquela dor lhe leva refletir sobre a origem do erro, e tem impactos importantes na sua vida. Então em uma trajetória na vida política, uma derrota, ensina muito mais que uma vitória. A vitória acontece, tem a celebração, aí quando você perde, você perde, você tá sozinho, você passa a meditar. Então você amadurece, você cresce e passa a ter uma visão mais ampla da coisa, você cresce em aprendizado e sabedoria com a coisa que você tá lhe dando.
Sávia Barreto: Quais os erros daquela época que o senhor não vai repetir mais?
Firmino Filho: As vezes a vitória lhe conduz a uma espécie de complexo de Midas, você acha que tudo que você faz da certo, então você pode fazer qualquer coisa. Não pode. Em 2002 a gente foi apoiar o PFL, ali foi um erro infantil, porque, talvez se a gente não tivesse coimetido aquele erro, se minha tragetória politica tivesse sido diferente. Em 2006 nós buscamos construir uma, na realidade o quadro na época era tão favorável a oposição, que a oposição se dividiu em duas, sem siquer se comunicar, porque achava que era fácil demais ao atual governador. O estado como o Piauí que depende de governo, o governador tendo mal ou tando bem é sempre um candidato fortíssimo.
Tem um senador do Pará que disse certa vez que governo é como cobra, mesmo quando ta morta a gente tem que passar longe porque da medo. São cosia que só o tempo vai ensinado, as suas decisões políticas tem um campo, tem um limite, você pdoe fazer muita coisa mas não pode fazer tudo, tem algumas restrições. Essa restrições são impostas no dia a dia, porque essas restrições são impostas no diálogo com seu eleitorado, e ao mesmo tempo, quer dizer, o enfrentamento das forças tem que ter sempre uma postura realista, em relações especialmente a quem está no poder. Pra você estar no poder você tem que ter algumas regras básicas, e uma deles é que você não pode subestimar a força de governa, especial na economia periférica, onde o estado é forte, como os estados nordestinos, norte e nordeste.
Sávia Barreto: O senhor diria que em vinte anos depois o senhor tá pronto novamente pra tentar se governador, em 2022?
Firmino Filho: Olha, eu não sei se tou pronto não, mas eu acho que Teresina foi muito generosa comigo, se você pega a história. Eu fui eleito com 32 anos de idade, praticamente sem nenhuma experiência política, o único cargo que tinha ocupado até então era secretário de financias. Então Teresina foi generosda naquele momento, como prefeito nos reelegeu, depois nós tivemos nosso sucessor, depois a gente retornou, Teresina depois nos reelegeu. Então Teresina comigo foi muito generosa, e a minha vida pública já é então uma forma de eu tentar pagar essa generosidade. Eu faço Teresina uma espécie de minha obsessão. Estudo a cidade, ando na cidade, busco entender o que tá acontecendo, na educação, na saúde, na assistência.
E nisso me permitiu qualificar, me sinto hoje bem mais preparado do que era no passado. As vezes eu olho o passado e me pergunto como é que deu certo, era muito novo, hoje me sinto bem mais preparado, em termo de gestão pública, em termos de políticas públicas, formação de equipes de lideranças, interlocução com outras instituições. Então me sinto hoje bem mais maduro. Agora ser governador ou não, não é uma questão de desejo é muito mais uma questão de circunstância. Se por acaso eu vinher a ser governador, eu acho que eu tenho condições de fazer um bom papel, acho que não vai ser uma tarefa impossível de ser desempenhada, mas se eu tenho a sangria desatada de ser governador ou não eu digo que eu não tenho mais, já tive no passado, uma coisa que eu desejava muito, hoje se aconteceu, aconteceu.
A gente entende muito que a campanha majoritária ela não depende do seu desejo pessoal, depende também de um conjunto de circunstâncias que vem a favorecer, que vem de outras forças, depende de um alinhamento de estrelas que levem a um determinado resultado, não é uma coisa pessoal que você venha a impor aos outros, é uma coisa que é natural, que acontece organicamente.
Sávia Barreto: Depende de circunstâncias, me fale um cenário ideal?
Firmino Filho: Basta ter metade dos votos mais um. O estado do Piauí é um estado que tem desafios gigantescos, e que a gente precisa ter um debate mais aprofundado sobre os problemas, e não é apenas isso, a precisa ter um enfretamento dos problemas de uma forma mais técnica, com mais rigor. Precisa de um pouco mais de gestão, a gente tem excesso de politica no Piauí, sobra politica e falta gestão, falta resultados, e o Piauí vai se passando. Eu acho que a gente, tenha uma mudança no nosso modelo de politica. E não é só Piauí, você tem norte e nordeste. Existe alguns vícios que tem feito com que a politica prejudique o enfrentamento real dos problemas.
Sávia Barreto: Quais? Quais esses vícios?
Firmino Filho: Olhe, eu acho que, por exemplo, nosso cenário político é muito ruim. Nós temos eleições que são eleições caras, e essas eleições terminam privilegiando aquelas pessoas que tem mais poder financeiro.
Sávia Barreto: De dois em dois anos, o senhor defende que unifique as eleições?
Firmino Filho: Eu acho que é importante unificar. Eu acho que nosso sistema eleitoral ele é muito seletivo no sentido de não permitir acesso de pessoas que não tenham condições financeiras de participar; segundo, ele acaba jogando fora o debate das ideias, que é uma cosia muito ruim, e as ideias não são debatidas com profundidade. Então isso faz com que as escolhas sejam mais aleatórias, a gente não sabe o que espera do outro lado. Então eu acho que tem muita coisa que pode ser feita ainda.
Sávia Barreto: Tem um sistema eleitoral que o senhor acha que é interessante pra gente?
Firmino Filho: Eu gosto muito do sistema eleitoral distrital misto, um sistema alemão que ao mesmo tempo você tem uma identidade de base, de território, e ao mesmo tempo você tem identidade que é de ideologia, de posicionamento politico. Então você permite essas duas vertentes. Você tem voto distrital, por distrito, e você tem o voto por lista, que é o voto ideológico. O melhor disso é que esse sistema conduz a existência de possibilidades, independente da estruturas financeiras. O problema do Brasil é que o Brasil inventou um modelo eleitoral que é um dos mais caros do mundo, a gente conseguiu construir uma proeza dessa, a gente só perde pros Estados Unidos em termos de custos de campanha.
Há vinte anos atrás eu conheci uma deputada federal da Alemanha, que era juíza, e falando sobre o sistema deles, ela me contou quanto custou a campanha dela, basicamente foi dez mil euros, dá menos de cinquenta mil reais. Acho que não teve um vereador em todo o estado do Piauí que tenha tido uma campanha que tenha sido inferior a cinquenta mil reais. isso uma deputada federal da Alemanha, que é um dos países mais ricos do mundo, então a gente precisa reinventar nosso sistema eleitoral, eu acho que é uma necessidade que nós temos. E ao mesmo tempo nós temos outros desafios, na economia, quer dizer, qual o papel do Estado, a gente tem uma discursão sobre o Estado que é muito ideológica e pouco empírica. A gente tem que criar um novo pacto sobre economia, sobre politicas social, sobre segurança, que possa rodar independente das querelas politicas, das querelas ideológicas.
Savia Barreto: O Estado sempre vai intervir, a questão é como ele vai intervir.
Firmino Filho: Um estilo de intervenção do Estado, um exemplo muito claro na América Latina, que já teve um país de primeiro mundo que foi a Argentina, mas a Argentina voltou a ser um país de terceiro mundo, porque tiveram políticas públicas que destruíram a galinha de ouro do governo da economia argentina, mas tem um outro país que agora está prestes a entrar em primeiro mundo na América Latina que é Chile. O Chile tem uma coisa interessante, ele conseguiu criar consensos sobre as várias áreas, consenso entre esquerda e direita, sobre como funciona a economia, aquilo que o Estado deve se meter, não deve se meter, sobre as politicas sociais, como devem ser tocadas as politicas sociais, sobre politica urbana.
Esse consenso básico olhando pros outros países aprendendo o que deu certo e o que deu errado, o problema é que no mundo politico por vezes ganha votos com discurso fácil, que tenta fazer a demagogia, coisa mais populista, mais simplista que de repente termina ganhando a maioria, é necessário que a gente possa ter a necessidade da classe politica renovada pra fazer essa pactuação.
Savia Barreto: Como é que o senhor observa o governo Bolsonaro, com preocupação ou com atenção?
Firmino Filho: Olha eu tenho esperança, pois olha só, nós estamos aí com a crise desde 2015, crise econômica, crise politica, nós temos uma economia que caiu, em milhares de empresas dificuldade enormes, muitas já fechadas, o setor público sofrendo com as suas financias, e a população foi chamada às urnas, votou e escolheu, 4 anos de esperança para que o governo possa dar certo. Nessa parte eu acho que quanto melhor, melhor; melhor pra todos e vamos torcer para que a coisa ande, esse in;icio de governo é sempre um início de processo de acomodação, a mudança que aconteceu foi uma mudança muito radical, da mesma forma, por exemplo, em 2003, quando teve a primeira vitória do Lula, eu era prefeito na época e 2003 foi um ano de paralização total, porque a mudança que teve no Brasil foi uma mudança muito brusca, os quadros que passaram a liderar Brasília em 2003 foi completamente diferente dos quadros que existiam anteriormente.
Então está acontecendo a mesma coisa agora só que mais a direita, esse é um processo também de aprendizado e a gente espera também que as coisas funcionem, enfim, espera o melhor para o país, que essas reformas possam de alguma forma melhorar, possam passar e que o país possa tomar seu crescimento econômico, que é fundamental hoje, que a política deixe de prejudicar a vida das pessoas.
Savia Barreto: Como economista, o Bolsonaro tomou agora algumas medidas, criticou os juros do Banco do Brasil, falou um pouco sobre o diesel, o mercado ficou muito atento, muito preocupado nesse sentido. O senhor acha que ele tem um viés mais intervencionista ou mais liberal?
Firmino Filho: A direita brasileira sempre teve essa dicotomia, a direita brasileira sempre foi intervencionista. Se você pega a tradição da direita brasileira é de intervenção. Na época do período militar, você tem uma forte presença do Estado da economia, você tem um forte presença do estado na sociedade e na politica. Então a tradição da direita é de intervenção, pensamento liberal no Brasil, que aqui no Brasil também é colocado a direita, o pensamento liberal é um pensamento que sempre foi de alguns ciclos intelectuais, sempre foi de algumas academias, mas nunca foi um pensamento dominante na política, o que está acontecendo hoje é que pela primeira vez o pensamento liberal está sendo colocado na politica do Brasil.
Paulo Guedes é uma novidade na história da politica do Brasil, porque pela primeira vez você tem um liberal assumido defendendo mudanças no país e o governo Bolsonaro eu acho que reflete essa dicotomia. De um lado você tem essa tradição da direita mais intervencionista. A Suhab, a superintendência de abastecimento que controlava os preços, existiu por todo período militar. Essa intervenção no sistema de mercado de preço, isso é uma heresia liberal, é falar em tabelar a gasolina e falar em tabelar juros, é um exemplo liberal, mas ao mesmo tempo é uma coisa normal para quem sempre pensou no Estado intervencionista.
Sávia Barreto: Você é um liberal?
Firmino Filho: Eu acho que na economia nós precisamos ter esse pensamento de muita mais liberdade do que se tem hoje, eu acho que o Estado tem um papel fundamental, eu acredito que o Estado serve para contrabalançar o poder do capital e pra contrabalancear as injustiças que o capital gera. Tem uma frase do Caetano que eu acho que bem representa essa história da economia do mercado do capitalista, ele fala da força da grana que ergue e destrói coisas belas, é basicamente isso a síntese do capitalismo do mercado, a capacidade do capitalismo de empreender, de inovar, de construir, de fazer relógio, de fazer iPhone, de fazer câmera diferente, de fazer televisão, tudo isso é resultado da dinâmica do capitalismo, a capacidade de produzir em larga escala.
Depois da revolução industrial, depois da expansão do capitalismo, a humanidade atingiu níveis de crescimento econômico, de vida material que não existia antes. Antes da revolução industrial, a expectativa era abaixo de 40 anos, hoje no Brasil nós vivemos 76 anos, e olha que nós não somos um dos países mais desenvolvidos do mundo. Tudo isso foi possível graças à produção de massa, graças às tecnologias novas, a estudos novos, a pesquisa, então essa é a força da grana que ergue coisas belas, mais ao mesmo tempo a grana destrói coisas belas, como por exemplo, tende a concentrar demais, a ser muito injusta, a gerar direitos, daí a importância do Estado.
Sávia Barros: O senhor citou Cateano, citou Adam Smith. Que frase o senhor colocaria em um outdoor?
Firmino Filho: É meio complicado escolher uma frase. Na primeira companha que a gente fez tem uma que o pessoal usava “quem atrasa não adiante”, então não tem que olhar para trás, tem que olha para frente, então seria tipo Torquato Neto, “só quero saber o que pode dar certo, não tenho tempo a perder”, então tem que ir para frente. Pode fazer até uma brincadeira, tem gente que fala que eu não gosto de retorno, porque a gente não quer voltar pro passado, não quer retrocesso, eu quero saber o daqui pra frente.
Sávia Barros: O senhor é muito associado ao PSDB. Fala de PSDB, Firmino. Existe possibilidade do prefeito deixar o PSDB, ir por Progressista, ir pra outra sigla?
Firmino Filho: Olha existem vários convites, mas não existe nada no mapa. O que acontece... basicamente o PSDB passa por uma mudança muito grande. O PSDB foi um partido criado de centroesquerda em um determinado contexto, chegou ao poder, foi importante para o Brasil na década de noventa, em vários estados teve transformações importantes levadas adiante pelo PSDB, aqui mesmo em Teresina mesmo a gente tem uma história na cidade, mas o partido nacional passa por uma mudança, e a gente não sabe exatamente para onde vai o PSDB, não é apenas uma mudança de geração, mas uma mudança ideológica, até de divisão do país, não é uma coisa qualquer.
Então nós estamos vivendo um momento de inflexão dentro do PSDB, então é importante que a gente possa estar acompanhando esse processo, para que a gente sempre possa estar se posicionando. Para mim é muito difícil sair de um partido que você está filiado.
Eu fui filiado no PSDB em 91, tenho 28 anos no PSDB. Então sair de um partido que você tem 28 anos não é uma coisa qualquer, para sair do PSDB tem que tr uma motivação muito grande, e eu não vejo essa motivação no horizonte. Então é importante que o PSDB possa se reestruturar aqui, que a gente possa fazer nosso dever de casa, fortalecer a nível municipal, estadual, que a gente possa no estado estar presente, se preparar pros embates futuros. Nós vamos ter uma reunião agora no sábado. O Luciano vai ser presidente, eu vou ser vice, mas o clima do partido é esse, de unidade, para que a gente possa se fortalecer, se revitalizar, estar presente no estado fazer uma discursão qualificada dos problemas do estado, e sempre se colocar à disposição da população.