José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Um olhar sobre grandezas e debilidades da natureza brasileira

Agigantam-se as ações criminosas- quase sempre impunes-, contra florestas, que vão sendo queimadas ou desmatadas

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O Brasil apresenta-se aos nossos olhos, cada vez mais, como um gigantesco paradoxo na sua dimensão natural. Poucos territórios do planeta ostentam tanta grandiosidade e diversidade ambiental quanto nosso país, mas certamente são poucos lugares do mundo em que se registram, no mesmo tamanho, tantas agressões e descasos relativamente a essas heranças abençoadas, que deveriam sempre nos apontar como esperança para o equilíbrio ecológico e salvação humana.

Mas, se detemos extensas áreas da Amazônia, mais de 7.300 quilômetros de litoral atlântico, enorme quantidade de grandes lagos, lagoas; biomas relevantes como os cerrados, caatingas, pampas, pantanal, mata atlântica; as maiores áreas para plantios e também as maiores reservas de água do mundo, estamos nos transformando, já há algum tempo, num lugar terrível de devastação, de desrespeito e morte.

Tudo ocorrendo à luz do dia, às vistas de todos, a troco de uma ganância material incontrolável, que ganha espaço e vitalidade na irresponsabilidade, omissão, e até cumplicidade  escancarada de amplas esferas do poder público, que vão do executivo ao legislativo, ministério público e sistema de justiça. Agigantam-se as ações criminosas- quase sempre impunes-, contra florestas, que vão sendo queimadas ou desmatadas, avoluma-se a invasão e posse ilegal de reservas ambientais, notadamente nos territórios pertencentes às populações indígenas, e crescem a exploração e contrabando dos ricos minerais nacionais.

O Brasil é imenso particularmente na oferta de minérios. Desde as mais expressivas reservas de petróleo e gás espalhadas por bacias existentes de ponta a ponta do país, que nos colocam como dos mais significativos do planeta, o país é rico em carvão mineral, diamante, minério de ferro, bauxita, estanho, manganês, níquel, ouro, nióbio, prata, zinco.

Para quem se liga pouco na importância que os minérios representam para o Brasil, basta lembrar que mesmo diante do monumental contrabando, do envio ilegal e criminoso de minerais para o exterior, a comercialização de apenas 11 das 37 substâncias metálicas que o país exportou de maneira legal, durante o ano 2021, rendeu nada menos do que R$ 312,9 bilhões à nossa balança comercial. Imagina-se, portanto, que se ocorresse um barramento ao contrabando e uma aumento de exportação legal, o Brasil poderia resolver inúmeros de seus problemas econômicos e sociais.

Mas o avanço das atividades ilegais prossegue diante da incapacidade governamental de contê-las. Semana passada, por exemplo, surge em grandes meios da mídia a denúncia de que cooperativas e empresários estão driblando as regras do setor mineral para criar super-áreas para exploração de ouro de forma ilegal na Amazônia, em espaços que são maiores do que a extensão de muitas capitais brasileiras.

Um levantamento publicado com base em registros ativos da ANM (Agência Nacional de Mineração), revela que uma única cooperativa acumula mais de 200 mil hectares, do tamanho do município de São Paulo.

Os exploradores e contrabandistas valem-se de brechas na legislação para crescer nos seus ímpetos criminosos contra o Brasil.

É urgente criar-se uma estrutura organizada de controle, em nível executivo, com força e empenho capazes de estancar essa estúpida ação criminosa, que é enorme e crescente.



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