Com a assinatura de um termo aditivo, assinado na quinta-feira passada pelo Presidente Lula e pelo presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, as obras da Ferrovia Transnordestina ganham impulso, possibilitando agora que todo o trabalho seja concluído em 2027.
Esse aporte de recursos, da ordem de R$ 3,6 bilhões, assegura a liberação de R$ 1 bilhão a cada ano (2024, 25 e 26) e os R$ 600 milhões restantes para a finalização da obra em 2027. Esse valor cobrirá todo o custo da conclusão do 7º lote do empreendimento, de Quixadá a Itapiúna, no Ceará.
Esta etapa agora sendo acelerada corresponde à primeira fase do grande projeto da Transnordestina que vai do Piauí ao Ceará. A segunda etapa, do Piauí a Pernambuco, deve ficar pronta em 2029 e unirá o território piauiense aos dois principais portos da região, o de Pecém, no Ceará, e o de Suape, em Pernambuco.
De acordo com a concessionária, o primeiro trecho tem cerca de 62% das suas obras já concluídas. Ao todo, o orçamento é de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 7,1 bilhões foram utilizados.
O projeto da Transnordestina conta com 1.209 quilômetros de extensão na linha principal, que liga Eliseu Martins, no Piauí, ao porto cearense de Pecém, passando por Salgueiro, em Pernambuco. Também estão previstos 548 quilômetros de trilhos partindo de Salgueiro em direção ao Porto de Suape, em Pernambuco.
A Transnordestina é apontada como fundamental no desenvolvimento logístico do semiárido e para a economia do Nordeste, e terá a grande capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano. A infraestrutura, que liga o interior do Piauí aos portos de Pernambuco e do Ceará, deve reduzir em ao menos 30% os custos de transportes dos produtos provenientes de polos industriais, minerais e do agronegócio.
Com sua presença no cenário da região, a expectativa é baratear de US$ 20 (R$120) a US$ 30 (R$ 180, na cotação do dia 28/11) por tonelada de carga, diminuição que pode resultar em preços mais baixos dos produtos para o consumidor final.
Deverá aumentar em mais de 100% o volume de cargas do complexo até 2030, sobretudo no transporte de grãos, e calçados oriundos do Centro-Sul e do Sertão Central cearense e do interior do Piauí. Será fundamental na logística de transporte para todo o Nordeste, favorecendo, além de grãos e produtos industriais, a movimentação de combustíveis, cimento, minérios, principalmente aqueles produtos destinados para a exportação.
Por conta disso, a ferrovia prevê a construção de um terminal de grãos entre Iguatu e Quixadá, no Ceará, para atender os produtores de grãos do Piauí, a bacia leiteira e os pequenos e médios agricultores do estado. De acordo com dirigentes da concessão, estão com uma área no Piauí para começar a desenvolver um terminal de grãos para trazer as primeiras cargas para o interior do estado do Ceará.
Tem um consumo muito grande no interior, de gado leiteiro, agropecuária, setor de granjas, rações, então já é um fluxo existente, e a ideia é de trazer por ferrovia de uma forma mais barata e mais em conta, chegando para o consumidor com um custo reduzido.