Exclusivo Surge o primeiro Núcleo de Integridade da Informação no Brasil

Em meio à interminável onda de montagem e propagação de notícias falsas, de mentiras, costumeiramente rotuladas de fake news, uma boa notícia está vindo de Alagoas, onde o Governo do Estado, por iniciativa de sua Secretaria de Comunicação, implantou o primeiro Núcleo de Integridade da Informação. E o fez, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE),  na forma de colegiado, reunindo no mesmo objetivo Ministério Público Federal, Ministério Público Eleitoral, Tribunal de Justiça e Universidade Federal de Alagoas.

A iniciativa é pioneira no Brasil, voltada em sua essência para o enfrentamento da desinformação, da propagação de mentiras, sobretudo nos temas que dizem respeito ao interesse público e à proteção aos cidadãos e cidadãs em todas as suas esferas. Tem, igualmente, o caráter de contribuir para a educação midiática, com atuação especial sobre os jovens, usuários crescentes das mídias sociais. E deverá ter papel importante nesse período pré-eleitoral e nas próprias eleições de 2026.

O lançamento do Núcleo ocorreu nessa quarta-feira, durante evento do Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciárias Eleitorais(Codeje), exposto aos demais parceiros pelo secretário de Comunicação do Governo de Alagoas, Wendel Palhares, durante a apresentação do Observatório da Desinformação, projeto coordenado pelo TRE.

Esse Núcleo começou, de fato, a ser construído sob a inspiração do ex-secretário de Comunicação do Estado, Joaldo Cavalcante, que levou a ideia de combate formal à desinformação ao Fórum Brasileiro de Secretários de Comunicação, que se reúne mensalmente, na intenção de que o poder público assuma de vez o papel de oferecer à sociedade informação na sua integralidade, sem permitir que a desinformação e a mentira afetem as relações e os interesses superiores entre governantes e governados.

A propósito, por ocasião do lançamento, o secretário Wendel Palhares lembrou os efeitos nocivos das fake news, durante a pandemia da Covid-19, quando se espalharam massivamente conteúdos distorcidos, mentirosos, sobre o isolamento social necessário, e especialmente em torno de  vacinas,  induzindo a tratamentos inadequados por meio da utilização de outros tipos de medicamentos totalmente ineficazes e prejudiciais à cura. 

Ficou constatado que  muitos morreram durante a pandemia por darem crédito a informações falsas, por não terem se vacinado, ou por terem feito uso de medicamentos inservíveis ao tratamento.  

E no que toca a temas que são da responsabilidade dos gestores públicos, muitos são diariamente  afetados pela produção e difusão irresponsável de notícias falsas, atingindo não apenas as vacinas- como se deu entre 2020 e 2021- mas que seguem presentes no dia a dia das pessoas, atacando o bem-estar dos que dependem do Bolsa Família, mentindo sobre o PIX, hoje um instrumento utilizado por numero sempre crescente de usuários dos sistema bancário.

Recentemente, uma onda criminosa de fake news foi despejada em relação a esse mecanismo de crédito, para distorcer e desviar a finalidade de uma norma do Banco Central, que foi criada para alertar e impedir o uso do PIX em fraudes, em transações golpistas, até mesmo com o uso de dados relativos a pessoas falecidas. 

Valendo-se de informações falsas, políticos e influenciadores irresponsáveis tomaram as redes sociais para atacar o governo, mentindo sobre a real finalidade da medida, e isso terminou por beneficiar amplamente o crime organizado, mais uma vez contra o interesse público. 

Como bem afirmou o secretário Wendel Palhares ao fazer o lançamento do Núcleo, a desinformação, o uso falso da notícia, a mentira nos meios de comunicação servem muitas vezes para gerar lucros eleitorais e econômicos para  políticos inescrupulosos e para pessoas e empresas associadas a organizações criminosas.

Daí, vir esse Núcleo de Integridade da Informação oferecer a oportunidade de firmar enfrentamento direto à marginalidade da comunicação, trazendo sempre, na velocidade necessária, o que é verdade, estabelecendo junto à sociedade uma vinculação salutar  à transparência e à decência na gestão pública.

Pessoas bem informadas, livres da sujeira da desinformação e da mentira, são, seguramente, mais capazes de tomar suas decisões.

O importante e necessário, agora, é que Governos de outros Estados brasileiros adotem o exemplo de Alagoas e implantem Núcleos nessa formatação e objetivos, possibilitando alcançarmos mais amplamente a Integridade da Informação. Este momento pré-eleitoral que vivemos agora é ambiente significativamente adequado para governantes se unirem nessa tarefa louvável.

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