Pesquisa nacional realizada pelo instituto Genial Quaest entre os dias 2 e 6 de maio, e divulgada hoje, revela estabilidade na avaliação do Presidente Lula e de seu governo, e traz dois pontos considerados como alívio: o primeiro deles, é que a imagem de Lula, que vinha piorando até março, em meio a um amontado de polêmicas, decorrentes de falas inadequadas do próprio presidente e da má atuação de sua área de comunicação, aponta para uma estabilidade na avaliação dos entrevistados. E de algum modo indica uma ligeira melhoria.
O segundo motivo é que Lula e seu Governo tiveram aumento na avaliação positiva nos Estados do Sul do Brasil, região em que costumeiramente são mal avaliados. É muito improvável que esse levantamento de agora já tenha alguma fotografia das ações que o Governo, e Lula pessoalmente, vem adotando na assistência à população do Rio grande do Sul, atingida duramente pelas tragédias climáticas que se abateram sobre o Estado, castigando duramente sua gente. Muito certamente não captou algo desse momento , fugindo, portanto, de influência na avaliação mais positiva que os sulistas revelam.
Nos Estados do Sul, o percentual de reprovação caiu cinco pontos, passando de 57% para 52% e a aprovação subiu de 40% para 47%, elevando-se em 7 pontos percentuais, o que é um bom resultado para a região e um indicativo de que o Presidente e seu governo passam a ser vistos com outros olhos. A região Nordeste segue como a que mais demonstra simpatia e apreço ao Presidente Lula, que manteve nesta pesquisa 68% de aprovação, contra 31% que o reprovam.
O que se observa como motivações para essa estabilidade no geral e avanço significativo no Sul é que o governo e Lula mudaram a forma de atuar. Primeiramente, a comunicação, partindo pessoalmente do próprio presidente, passou a ser mais efetiva no contato com a população. Vários programas e projetos com repercussão social foram lançados e o Planalto parece ter entendido tirar melhor proveito do bom desempenho da economia, um fator que, como as pesquisas mostram, tem grande influência no humor das pessoas, segmento muito próximo dos que avaliam segurança pública e combate a corrupção como anseios nacionais.
O Presidente Lula voltou-se mais para o próprio Brasil, mantendo um programa constante de viagens aos Estados, como faz agora, com as tragédias do Rio Grande do Sul, indo lá duas vezes em apenas quatro dias. E quando vai, não vai só. Leva outras autoridades. Mostra que é um Presidente da República comprometido com a união de poderes, mesmo tendo que enfrentar os embates tradicionais com o Congresso no seu desejo de aprovar medidas importantes, diante das dificuldades causadas pelas imposições por dinheiro e poder que lhe batem na cara todos os dias.
Até nesse aspecto, ao que parece, as coisas também andaram de melhor forma. Sobretudo quando Lula resolveu entrar diretamente no jogo de apaziguamento entre o Planalto e Câmara e Senado, coroando-se com o ato solene com que o Ministro Fernando Haddad fez a entrega ao Parlamento do projeto contendo a regulamentação da Reforma Tributária.
Por outro lado, Lula deu uma trégua prolongada nas suas manifestações polêmicas em torno de política externa, fugindo de declarações bastante criticadas por setores mais sensatos e fortemente combatidas pela oposição, como as diversos depoimentos sobre Venezuela, Colômbia, UcrâniaXRússia e guerra Palestinos e Israel.
A impressão que guardo é que as coisas estão se acalmando e que o Lula Três poderá trabalhar com mais tranquilidade para cumprir as suas promessas de campanha e deixar o povo brasileiro, merecidamente, mais feliz, num país mais justo e menos desigual.