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Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Pesquisa mostra volta do trabalho formal e aumento da renda do trabalhador

De acordo com os analistas, há uma série de fatores para explicar essa mudança positiva na economia, começando pelo mercado de trabalho aquecido

Está crescendo a participação de trabalhadores com renda acima de dois salários mínimos no mercado de trabalho brasileiro, do mesmo modo que também se eleva o número de trabalhadores com rendimentos entre um e meio e dois salários. Essas conclusões estão nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios(PNDA) Contínua, do IBGE, que foram analisados pela LCA Consultores.

A análise coordenada pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA, mostra que o índice de trabalhadores com renda acima de dois salários-mínimos passou de 29,9%, no primeiro trimestre de 2022, para 31,6% no mesmo intervalo de 2024, subindo próximo aos dois pontos percentuais.

O QUE DIZEM OS ANALISTAS

De acordo com os analistas, há uma série de fatores para explicar essa mudança positiva na economia, começando pelo mercado de trabalho aquecido, com a queda do desemprego se acentuando, o aumento no nível de consumo das famílias subindo, e as atividades produtivas ganhando força, sobretudo no comércio e serviços, gerando-se toda uma condição, portanto, para a elevação salarial. Outro fator positivo foi a fixação de aumentos do salário-mínimo acima da inflação, uma decisão adotada pelo Governo Lula, que não acontecia há quase seis anos.

Diante dessa realidade, que favorece de maneira especial o setor formal das atividades econômicas, começa a acontecer não apenas a queda do desemprego, mas também a diminuição no número de trabalhadores de menor renda e a redução dos postos de trabalho de pior qualidade, caindo significativamente, pela primeira vez nos últimos tempos, a informalidade, aquela situação em que os que trabalham não têm garantias trabalhistas.

Outro fator detectado pela PNAD Contínua, agora posta na visão analítica da LCA, é que junto à recomposição do mercado formal e aumento da renda, ganha corpo também a melhoria da composição educacional do pessoal ocupado, sinal claro de avanço seguro na elevação continuada da renda. Isso, inclusive, tem influenciado os acordos coletivos de trabalho, que têm registrado, depois de muito tempo, reajustes superiores à variação de preços, frente à constatação de que a inflação perdeu força.

DADOS

Os dados mais recentes do Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), relativos a março de 2024, mostram que 89% de reajustes aplicados neste ano ficaram acima do Índice Nacional de Preços, que mede a inflação e que afeta de modo direto famílias com renda entre um e cinco salários-mínimos. O reajuste médio desse período foi de 5%,  contra apenas 3,9% do mesmo período anterior.

Um dos fatores mais positivos dessa nova realidade do mercado de trabalho, resultante do reaquecimento dos setores produtivos, foi o restabelecimento da formalidade dos negócios e dos empregos, depois de o Brasil ter passado por uma crise enorme decorrente da pandemia da Covid e da péssima atuação dos dois governos anteriores, que impuseram reformas trabalhistas que afetaram muito negativamente direitos dos trabalhadores e deixaram empregadores, de todos os segmentos, entregues à própria sorte.

A conclusão dos analistas sobre este momento brasileiro é que as pessoas estão ganhando mais salários-mínimos e por seu próprio salário está vendo aumentar o seu poder de compra. O desemprego caiu ao menor nível dos últimos 10 anos, e tanto a proporção de pessoas com trabalho como sua remuneração real cresceram de 2023 para cá, enquanto a inflação recuou, os juros baixaram e as atividades de indústria, comércio, serviços e também os investimentos governamentais ganharam força e seguem crescendo.

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