José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Na semana do ENEM, estudantes brasileiros tiveram outras boas notícias

Mais de 2 milhões de estudantes universitários têm a possibilidade de negociar suas dívidas junto a instituições de ensino superior.

Numa semana em que foram divulgados os resultados do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), ressaltando o excelente desempenho dos nordestinos, que conquistaram 25 das 60 notas 1000 de todo o Brasil, os estudantes tiveram boas razões para celebrar, além desse vitorioso programa de acesso às universidades.  

Uma dessas boas novas foi o programa montado pela Serasa- instituição especializada em oferecer uma vasta lista de serviços financeiros e de crédito a empresas nas suas relações com clientes-, que colocou à disposição de mais de 2 milhões de estudantes universitários a possibilidade de negociar suas dívidas junto a instituições de ensino superior.

Valendo-se de uma decisão do Presidente Lula, através do Ministério da Fazenda, que criou um “desenrola” específico para estudantes universitários endividados no uso do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), a Serasa decidiu apresentar a esses alunos 6,2 milhões de ofertas de dívidas para que eles negociem com as instituições em que estão matriculados e junto às quais têm dívidas a pagar. 

A Serasa criou uma plataforma chamada Limpa Nome, proporcionando parcelamentos de até nove vezes e descontos que podem chegar  a 93% do valor da dívida. A Serasa tem um levantamento constatando que 49% dos endividados já tiveram, no passado recente, de trancar suas matrículas em algum momento do curso, exatamente por não terem condições de pagar suas mensalidades. E trancar matrícula, interromper a normalidade do curso mesmo que temporariamente, significa prejuízo enorme para o estudante, mas também representa dano para as próprias instituições de ensino superior que aderiram ao Fies, pois implica em ver diminuído  o ingresso de recursos financeiros, comprometendo suas metas. 

A questão financeira para os estudantes é crucial, conforme revela um estudo desenvolvido pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, que ouviu 987 alunos em dívidas com universidades. O resultado é que 9 em cada dez afirmam arcar com as despesas do curso inteiramente sozinhos. Outra revelação: 51% das dívidas  estão atualmente entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. E mais: as dívidas mexem com a cabeça dos estudantes, deixando-os angustiados, temerosos de que possam não concluir seus cursos, gerando imediatamente uma redução acentuada na capacidade de concentração nas aulas, o que influencia nos resultados. 

O “Desenrola Estudantil” criado pelo governo Lula, e agora o Limpa Nome instituído pela Serasa para operacionalizar a ação, têm um significado muito importante para melhorar o desempenho dos estudantes e a saúde financeira das instituições de ensino superior que acolhem o FIES. É visto com amplas possibilidades de avançar bastante agora em janeiro, período específico para renovação de matrículas, movimentando-se com o mesmo êxito do Desenrola lançado para beneficiar a população em geral, que foi considerado por governantes, pelos beneficiários e por todos os setores empresariais, como um verdadeiro sucesso.

Ainda referente a estudantes, o Presidente Lula sancionou, também nesta semana, a medida legal que institui o popularmente chamado “pé de meia”, um programa de incentivo financeiro a alunos do ensino médio público, na forma de poupança, para assegurar que esses estudantes se mantenham na escola até à conclusão do curso.

O programa foi instituído em razão da constatação de que é no Ensino Médio, com os estudantes na faixa etária dos 14  aos 17 anos, em período crítico da adolescência, que se registram as mais elevadas taxas de evasão escolar no ensino público. Nesse período, afetados por grandes inquietações e, sobretudo, por problemas de ordem financeira, os alunos largam a escola e ingressam num mundo de incertezas e inseguranças, com comprometimento severo do futuro. 

Ao criar o programa de poupança para esses estudantes, com depósito em suas contas próprias e retirada ao final do curso, o governo espera ver reduzidas as evasões, mantenha os alunos na escola, possam concluir seus cursos e assegurarem a passagem para o ensino superior, um anseio natural de toda família, especialmente daquelas em estado de vulnerabilidade social.

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