José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Na OIT, no G7 e com o Papa, Lula prega a taxação dos super-ricos

O Brasil, representado por Lula, defenderá consistentemente a ideia de que as nações adotem uma decisão política para taxar grandes fortunas, concentradas nas mãos de poucos, em todas as suas participações internacionais

O presidente Lula retoma suas viagens internacionais, indo desta vez a Genebra, onde participa do fórum da Organização Internacional do Trabalho, OIT, seguindo à Itália, convidado para participar, nesta sexta-feira, da cúpula do G7 – grupo de sete países que formam um bloco econômico de grande e influência( Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão), tendo, finalmente, um encontro com o Papa Francisco, no Vaticano.

TAXAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS

Em todas essas presenças, o Brasil sustentará a defesa que Lula vem fazendo desde o ano passado, quando voltou à Presidência da República, no sentido de que as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, partindo das grandes economias, tomem a decisão política de estabelecer taxação às grandes fortunas que crescem e se armazenam nas mãos de poucos.

A taxação dos super-ricos em apenas 2% dos seus acúmulos crescentes e desproporcionais, têm a finalidade de gerar as reservas financeiras necessárias ao combate à fome e à miséria no mundo, uma realidade assustadora que só faz crescer por todas as partes do planeta, na contramão de uma fortuna escandalosa que vai cada dia se afunilando nas mãos de grupos sempre mais restritos.

Para se ter uma ideia dessa estúpida desproporção e abjeta desigualdade, os dois por cento que o Brasil vem defendendo como percentual de taxação, terão incidência, ao final, apenas sobre 2% da população mundial, que são exatamente aqueles que concentram toda a massa dinheiro, que acumulando fortunas fenomenais nesse círculo restrito, empurra todo santo dia milhares de famílias para as desgraças da miséria e da fome.

FOME GLOBAL

Os dados da FAO, ONU, OXFAM e outros organismos internacionais apontam que neste momento, em todo o mundo, mais de 735 milhões de seres humanos passam fome e milhares delas- em pleno século das conquistas tecnológicas e das conversas desconexas da internet e redes sociais, do ódio e da intolerância-, ainda morrem, sobretudo crianças, especialmente em países pobres, mergulhados em conflitos, no Continente Africano. Mas não apenas lá, essa é uma estupidez que está presente na América do Sul, na Ásia, e que cresce em países da Europa e até nos Estados Unidos.

Enquanto isso, pouco mais de 3 mil pessoas (os ultra-bilionários) concentram um patrimônio de mais de 15 trilhões de dólares. 

Aplicando-se sobre esses privilegiados os 2% de taxação, teríamos, anualmente, no mundo, um valor de US$ 300 bilhões. No Brasil, particularmente, serão acrescentados mais de R$42 bilhões por ano. Trata-se de um volume significativo para começar com robustez a tarefa de eliminar a fome da vida de pessoas, salvando crianças da morte antecipada e preservando a dignidade de mulheres e idosos, geralmente os mais afetados por essa criminosa desigualdade econômica e social.

Não há como não louvar a iniciativa do Brasil e o esforço do Presidente Lula de empunhar, sem vacilos, essa bandeira. Isso nos faz ter esperança de que o mundo- e mesmo o Brasil, por sua classe política e por grande parte da sua elite econômica-, desperte do confortável sono da indiferença, dessa cegueira que tanto mal faz ao mundo e gera uma compreensível desesperança.

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