José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Cumprindo meta do G20, Brasil avança nas questões ambientais

O Presidente Lula segurou a bandeira do combate mundial à fome e a luta pela restauração ambiental do planeta, como metas inarredáveis

Quando o Brasil assumiu a liderança do G20, em dezembro de 2023, por ocasião do encerramento da Cúpula de Nova Delhi, na Índia, seguindo até o final de 2024- quando encerra seu papel de gestão à frente do grupo que integra as vinte das mais importantes democracias e economias do mundo-, imbuiu-se de levar adiante um lema central de grande importância e responsabilidade: “Construir um mundo justo e um planeta sustentável.”

Tudo faz crer que esse compromisso está sendo levado muito a sério pelo Brasil.

O Presidente Lula segurou a bandeira do combate mundial à fome e a luta pela restauração ambiental do planeta, como metas inarredáveis, e vem trabalhando mundo afora para que as lideranças globais se convençam de que é impossível viver-se bem e em paz com ambientes naturais sendo destruídos, florestas virando cinzas, rios e lagos sumindo do mapa, e milhares e milhares de seres humanos sendo jogados na fome e na miséria, de modo progressivo.

É marcante, por exemplo, a presença do ministro do Desenvolvimento Social brasileiro, Wellington Dias, nas suas missões no exterior, participando de cúpulas ou em ações bilaterais, no objetivo de conseguir adesões à ousada e inédita iniciativa de formalizar a Aliança Global de Combate à Fome e à Miséria, no esforço para que esse documento seja assinado em novembro, no Rio de Janeiro, no encerramento da Cúpula do G-20.

Juntando-se a esse compromisso de impor o fim da fome até o ano de 2030, o Brasil vem sustentando empenho persistente em outra direção, que é o equilíbrio ambiental do planeta.

Ainda esta semana, durante evento realizado no Itamaraty, na presença de representações de embaixadas, organismos internacionais e instituições financeiras de desenvolvimento, foi possível conhecer-se o conteúdo do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa que vem juntar-se ao Fundo Amazônia, e que pretende arrecadar recursos que beneficiem os 9 países integrantes da Amazônia Legal, com fim específico em sustentabilidade. O Brasil-ONU difere do Fundo Amazônia, pois este tem por meta o combate e fim aos desmatamentos.

A apresentação do Fundo Brasil-ONU a possíveis doadores, muitos deles presentes ao evento, veio acompanhada de alertas importantes, como o que fez Silvia Rucks, representante no país da Organização das Nações Unidas, de que “não é possível falar de crise ambiental e mudança de clima sem falar da Amazônia”. Daí a região tornar-se peça fundamental em qualquer esforço para restabelecimento do equilíbrio ambiental no planeta.

A ideia do Fundo é captar investimentos não reembolsáveis para acelerar o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal de forma integrada e participativa, tendo como porta de entrada não o governo federal brasileiro, como é o caso do Fundo Amazônia, mas cada uma das 9 nações integrantes da região. Assim, nas suas oito linhas estratégicas, o Fundo atuará na geração e compartilhamento de dados; capacitação e empregabilidade; cidades e comunidades sustentáveis; mobilização do setor financeiro; economia circular e consumo sustentável; serviços ambientais; capacidades institucionais e pesquisa e inovação.

A estrutura gerencial do novo Fundo será baseada em um comitê diretivo tripartite, como se tivesse ao mesmo tempo três presidentes, dividindo e compartilhando estratégias e decisões do conjunto de países, de maneira integrada. O Fundo buscará o engajamento de programas das agências da ONU, como FAO, ONU Habitat, Pnuma. E também ONODC, que lida com ilegalidades, visto que boa parte dos problemas da Amazônia vêm do crime organizado e do crime ambiental.

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