José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Copom inicia sessão que pode baixar os juros mais uma vez

Por meses seguidos, desde agosto de 2022, o Copom manteve as taxas de juros Selic – importante fator de regulação da economia

O Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central, iniciou nesta terça-feira mais uma das suas sessões, mantendo a programação que ocorre a cada 45 dias, e durante a qual é feita uma avaliação sobre os diversos fatores que definem a condição por que passa a economia. Serve, ao final de cada um desses encontros, para fixar, a depender do que se compreende em cada momento, se a taxas de juros Selic são mantidas no patamar em que se encontram, se podem baixar ou se sofrerão aumento.

O ambiente atual para a reflexão e decisão dos integrantes do COPOM tem um ingrediente novo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nessa última segunda-feira que está indicando dois novos diretores para o Banco Central, que serão nomeados pelo Presidente Lula nas próximas horas. Esses dois novos integrantes começam a mudar a configuração política do BC, cuja diretoria, incluindo o seu presidente Roberto Campos Neto, foi escolhia  nos dois últimos governos, e mantinha um rigor descabido sobre as elevadíssimas taxas de juros, com sérios danos à política de desenvolvimento econômico pretendida pelo governo.

Por meses seguidos, desde agosto de 2022, o Copom manteve as taxas de juros Selic – importante fator de regulação da economia, com influência direta nos setores produtivos da economia-, nos níveis elevadíssimos de 13,75%, freando o desenvolvimento, gerando paralisação de empresas, aumentando o desemprego e pondo o governo no canto da parede.

EQUILÍBRIO

O presidente Lula já havia nomeado, em final de março, dois nomes para compor a diretoria do BC, ocupando vagas de diretores nomeados no passado e que estavam com seus mandatos em extinção. Com essas novas indicações de agora, a diretoria do Banco Central passa a contar com equilíbrio, refletindo daqui para frente uma postura diferente da que foi mantida sob o comando de Roberto Campos Neto até agosto deste ano.

Foi só na sessão concluída em 02 de agosto de 2023, que os dirigentes do COPOM resolveram mexer com as taxas Selic. Havia três anos que essas taxas não sofriam queda e desde agosto de 2022 encontravam-se, invariavelmente, em 13.75%, sendo consideradas as mais elevadas taxas de todo o mundo. Nessa sessão, então, eles revolveram reduzir a Selic em 0,50%, ficando em 13,25%. Na sessão seguinte, de 20 de setembro, 45 dias depois, decidiram por mais 0,50% de queda, passando aos atuais 12.75%.

Olhando para as decisões tomadas nas últimas duas sessões, a expectativa do mercado é de que o COPOM mantenha o ritmo de corte de 0,50%, passando a Selic de 12.75% para 12.25%, chegando a dezembro (quando ocorrer a última sessão) em 11,75%. Pode o ano ser fechado , deste modo, com 2% de queda, algo considerado razoável, comemorado pelos setores de produção, sobretudo indústria e comércio, mas ainda distante do que o governo quer, por desejar a economia mais vigorosa, tendo acesso a financiamento dos negócios a níveis mais atraentes e adequados.

TAXA DE DESEMPREGO

Os números favorecem a economia do Brasil. As taxas de desemprego registradas no último mês de setembro, apontadas pelo IBGE, caíram 7,7%, sendo as mais baixas desde 2015. Isso significa que mais gente está chegando ao mercado de trabalho com carteira assinada e direitos trabalhistas garantidos. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto nacional, conforme a última revisão do IPEA, passou de 2.3% para 3,3%, com sinais de que continuará crescendo em 2024. Até mesmo o Banco Mundial elevou de 1,2% para 2,6% o crescimento do BIP do Brasil, destacando que seu avanço será o mais significativo entre todos os países da América Latina e Caribe.

As notícias para o Brasil, portanto, são bastante alvissareiras. E é isso o que se espera ver refletido na decisão que o COPOM do Banco Central anunciará nesta quarta-feira.

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