As manifestações recentes da Espanha, Noruega e Irlanda no sentido de adesão formal aos planos de reconhecimento de um Estado Palestino, dão novo impulso à luta histórica desse povo. E servem, por outro lado, como uma reprovação importante ao procedimento que o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem adotado em relação aos palestinos, sobretudo na Faixa de Gaza, com a matança indiscriminada de mulheres, crianças, idosos, uma ação que diversas instituições mundiais e vários governos têm classificado como genocídio.
Ainda nesta semana, o promotor Karim Khan, procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, em Haia, anunciou que solicitará na Corte a emissão de um mandado de prisão contra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, por crimes de guerra em Gaza. O procurador realçou, em seu anúncio, que os crimes praticados contra os palestinos são crimes praticados contra a humanidade, e classificam-se no mesmo nível dos crimes cometidos por grupos do Hamas contra a população civil de Israel.
Para uma compreensão clara do que ele diz, o representante oficial do Tribunal de Haia coloca Benjamin Netanyahu no mesmo patamar de criminalidade inaceitável dos terroristas do Hamas, o que significa um duro golpe contra o primeiro-ministro israelense, que tem se valido do apoio político e material de grandes países, como Estados Unidos, para praticar uma matança brutal contra inocentes na Faixa de Gaza e outras partes do território palestino, com todas as nuances de genocídio.
Agora, Espanha, Noruega e Irlanda somam-se aos 143 outros países e territórios que já haviam declarado reconhecimento ao Estado Palestino, uma necessidade que é apontada como única forma de estancar a sangria, o estrangulamento histórico que Israel tem aplicado à Palestina desde os anos 1940, com sérios agravamentos desde 1967, quando a Faixa de Gaza foi subtraída dos palestinos pelos judeus.
Desde então, embora expressivas esferas governamentais e instituições mundiais venham clamando que se dê à Palestina o mesmo direito que foi concedido a Israel de estabelecer um Estado autônomo e independente com direitos iguais às outras nações, as atitudes dos israelenses nunca caminharam nesse sentido de consentimento. E desde que Benjamin Netanyahu assumiu o poder, pelas mãos da direita e extrema direita, lá pelos idos de 1996 (há quase 30 anos, portanto), as condições de relacionamento entre os dois povos só fizeram piorar.
O Brasil soma-se aos 21 países da América Latina que defendem a criação imediata do Estado Palestino. E o Presidente Lula, desde que voltou ao poder no Brasil no seu terceiro mandato, e assumiu a presidência do Mercosul, inicialmente, e depois do G20, tem defendido com firmeza a causa palestina. Mesmo na Europa, já são 19 as nações que se aliem à luta pela instituição da Palestina. Na África, na Ásia e em todos os continentes tem crescido o número de países também favoráveis.
Desde 2023, o número de simpatizantes à causa palestina tem crescido certamente em sinal de reprovação às práticas criminosas de Netanyahu. Dos 193 estados soberanos membros da Organização as Nações Unidas, já são 146 os que aprovam, o que representa 76% de todo o conjunto da ONU.
Mas há uma resistência descabida, incompreensível, mas importante poderosa de grandes potências, como Estados Unidos, Reino Unido, além, obviamente, o próprio Israel.
Vamos acompanhar, para ver até quando conseguirá sobreviver a intolerância de Netanyahu, sob as bênçãos do fragilizado Joe Biden.