José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Caravanas Federativas, uma boa ideia para impor respeito e cooperação

Na sua estreia na Bahia, por exemplo, reuniu aproximadamente 250 lideranças locais interessadas em soluções, e nessa etapa em território piauiense calcula-se o envolvimento de 3 mil lideranças

O Governo Federal está concluindo, no Piauí, a realização da 10ª etapa das Caravanas Federativas, uma movimentação governamental inovadora, com características de boa eficácia, que começou na Bahia em 24 e 25 de agosto do ano passado, e segue no seu objetivo de aproximar a administração central de governos estaduais, municipais e comunidades brasileiras. As Caravanas têm crescido de tamanho e interesse.

Na sua estreia na Bahia, por exemplo, reuniu aproximadamente 250 lideranças locais interessadas em soluções, e nessa etapa em território piauiense calcula-se o envolvimento de 3 mil lideranças. É a primeira etapa, igualmente, que conta com a presença do próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando pessoalmente a importância que essa iniciativa vem alcançando.

Esse evento itinerante, que tem obtido pouca relevância na mídia brasileira e quando é focado vem com a conotação de que se trata de um movimento do governo visando melhorar seus índices de aprovação e influenciar as eleições municipais deste ano, na realidade é algo inovador nas relações do Planalto com os entes federados, com um destacado objetivo de aproximar a população das ações governamentais e de dar transparência aos serviços e ações públicas.

Numa Federação em que o espírito de cooperação, interesse e responsabilidade comuns tem sido distorcido por um Parlamento que tomou conta do orçamento da União, em que o orçamento secreto (de passado recente e ainda não sepulto) e as atuais emendas orçamentárias são mais importantes do que o poder do Planalto, parece ser muito boa a lógica de trazer o governo para perto da população e de dos gestores municipais.

Ao Piauí, por exemplo, nessa 10ª etapa, vieram cerca de 40 ministérios e órgãos públicos federais de diversas atribuições, expondo-se a prefeitos, governantes estaduais e lideranças comunitárias, para, de maneira direta e transparente, acolher pedidos, verificar o andamento de demandas anteriores, numa determinante ação de desburocratização, que sempre é um mal crônico apontado por gestores municipais. Eles sempre dizem que conseguem apoio do Presidente para seus pedidos, mas o atendimento final demora, e até nem se realiza, em razão do descaso e da burocracia que os contamina.

Assim, Lula impõe, com essas Caravanas Federativas, seu estilo próprio,  único, de governar, sempre interessado em se aproximar das bases. Assim, quem imagina que esse governo itinerante tem único apelo eleitoral, está longe de imaginar o quanto ele pode ser eficaz em dois sentidos: primeiro, o de  se aproximar dos prefeitos e de suas comunidades, ter o papel de agilizar as demandas; segundo, por fazer ministros e dirigentes de órgãos federais compreenderem que eles têm de trabalhar pelo conjunto da sociedade, saindo de seus gabinetes de Brasília para conhecer a realidade nacional e as dificuldades por que passam essas comunidades historicamente usadas, muitas vezes, como massa de manobra eleitoral.

Além disso, as Caravanas têm o poder de aproximar gestores federais, estaduais e municipais, colocando-os no mesmo patamar dos interesses de gestão, mas, muito especialmente, da esperança das pessoas em verem seus problemas resolvidos sem enganação e demora.

Vejo que a iniciativa é muito positiva e pode resultar, no seu avanço até chegar a todos os Estados, numa proposta que poderá sepultar de uma vez por todas aquela velha e abominável imagem do prefeito com pires na mão, sendo humilhado em gabinetes de Brasília. E aí, sim, destravando convênios, liberando com mais velocidade recursos para obras e serviços, estabelecer um nível qualificado de cooperação e confiança, o que, enfim, será benéfico para os cidadãos.

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