Uma boa notícia, hoje, vem do campo da economia, sinalizando um impulso no ânimo quanto à retomada do desenvolvimento. É que os bancos públicos brasileiros, sobretudo puxados por Banco do Brasil e Caixa Econômica, aumentaram significativamente sua participação no mercado de crédito. É a primeira vez que isso acontece em oito anos. Desde o início do governo Temer, empréstimos e financiamentos vindos dos bancos oficiais estavam em enorme retração.
E esse aumento de participação dos bancos públicos é bastante expressivo. Dados do Banco Central revelam que em 2023 a participação dessas instituições no aumento de crédito, relativamente ao conjunto global de bancos e financeiras, pulou de 0,6 ponto porcentual, para nada menos do que 42,9%, interrompendo um ciclo de inércia iniciado em 2015.
Nessa nova visão dos bancos públicos, que decorre da vontade do atual governo em ver esse setor contribuindo para a retomada do desenvolvimento econômico, tomaram impulso os financiamentos oficiais ao crédito agrícola e a segmentos da construção civil. Dois setores que têm grande peso no conjunto da economia e que têm a capacidade de gerar emprego, reforçando o discurso que o Presidente Lula tem sustentado desde a campanha eleitoral.
Mesmo com a atual política do Banco Central de reduzir gradativamente as taxas de juros Selic- que caíram de 13,75% para 11,25 em cinco sessões do Copom-, os bancos nacionais e estrangeiros com controle privado em geral mantiveram juros nas alturas e praticamente zeraram as novas ofertas de crédito ao mercado. Isso significa com clareza que se não fossem os créditos oferecidos pelos bancos públicos, a economia teria permanecido paralisada em 2023.
Crédito consignado agora poderá ser em qualquer banco
Outra boa notícia, essa agora de interesse especial para os trabalhadores, vem do Crédito Consignado, aquele empréstimo emergencial a que as pessoas recorrem quando as contas apertam ou há um plano extra para uma reforma em casa e não sobra dinheiro para realizá-la. O consignado, cujas parcelas de pagamento são descontadas na folha, geralmente, por recomendação governamental aos bancos, deve ter juros mais baixos do que as de outros empréstimos.
Mas nem sempre é assim, e tem mais uma dificuldade. Até agora, o trabalhador do setor privado só poderia recorrer ao banco que mantivesse convênio com a sua empresa. Agora, isso vai mudar. O Governo Federal está alterando essa regra, para permitir um novo modelo para a concessão de crédito em que não haja vinculação ao desconto em folha, permitindo que esse trabalhador possa recorrer a qualquer banco.
A nova regra visa dar mais liberdade ao trabalhador e permitir que ele, depois de pesquisar, tenha acesso ao crédito mais barato, aquele de juros mais baixos. Isso, certamente, terá reflexo na ampliação do crédito e na redução de taxas, pois os bancos não vão querer perder negócios, fazendo crescer a competitividade do mercado. E tem mais um detalhe importante: essa medida beneficiará também os empregados domésticos.