Um dos sinais mais claros da revitalização da economia brasileira, muito especialmente do seu setor industrial, fica demonstrado no volume de importações de bens de capital no acumulado de janeiro a setembro de 2024, que soma o expressivo valor de US$ 26,4 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Há muitos anos não se via tamanho vigor e confiança do setor.
Esses dados que estão em relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, indicam que as importações brasileiras como um todo, de janeiro a setembro, cresceram 8%, enquanto o que foi importado pelo segmento produtivo, em máquinas, equipamentos e tecnologias passou dos 20%, sinalizando um aumento da capacidade produtiva.
Esse momento animador da economia brasileira em ascensão, apresentando crescimento, puxa não apenas aumento de consumo das famílias, melhoria de renda emprego, mas impulsiona o ânimo dos empreendedores, quer industriais ou do agronegócio, a demandarem pela aquisição de bens de capital. Isso tem o visível objetivo de modernizar os setores de produção, adequando-os às exigências do mercado e fazendo-os mais competitivos nas negociações com o mundo exterior.
Conforme levantamento produzido pelo Ministério do Desenvolvimento, nos primeiros nove meses de 2024 as importações cresceram em todas as dez categorias desse tipo de bens (capital), com o maior valor importado, ou seja, US$ 10,6 bilhões, ficando com máquinas e equipamentos, o que significa falar da adequação que o setor industrial realiza para aumentar produção. Apenas nesse setor o crescimento percentual no ano é de 16,9%.
Essa retomada dos investimentos e modernização da capacidade de produção é altamente positiva, pois é vista por analistas econômicos como um fator muito bom inclusive do ponto de vista de controle da inflação, porque retomada significa aumento de oferta e consequente redução de preços.
Esse crescimento dos investimentos e revitalização, com consequente melhora na produção, tem sido expressivo para elevação do PIB nacional. Tudo está caminhando muito bem para uma retomada crescente da economia, com aquecimento do consumo doméstico e aumento das exportações de modo progressivo, como tem sido registrado, mas tudo precisa contar com redução das taxas de juros, uma necessidade essencial para garantir mais oferta de dinheiro no mercado, com taxas mais atraentes e adequadas à realidade de todos os segmentos produtivos.
As previsões de crescimento do PIB, antes de 2.3%, para 3.2%, como consequência dessa revitalização, só poderão ser alcançadas se o Banco Central passar finalmente a entender que não existe nenhum elemento decisivo, importante, visível, para se temer aumento da inflação, mas que, por outro lado, manter as taxas Selic como estão, ou tentar elevá-las, como se fez na última sessão do Copom, só fará inibir a expansão industrial. Ou seja, matar a galinha dos ovos de ouro.