A inclusão do apresentador Faustão na lista de transplantes do SUS está gerando muita confusão, e uma enorme e injusta exploração negativa relativamente a esse sistema brasileiro que é considerado o segundo melhor do mundo, e para muitos até mesmo o melhor, que funciona exclusivamente dentro do atendimento do Estado, de modo gratuito para todas as pessoas, independentemente do seu poder econômico.
Não existe a possibilidade, no Brasil, de alguém comprar um órgão que possa servir para transplante. Isso verdadeiramente é impossível. E por que o governo brasileiro, ao criar o sistema de transplantes de órgãos fez exatamente dessa maneira, gratuita para todos? Para, exatamente, evitar que quem tem muito dinheiro possa fazer uso na aquisição, em prejuízo dos pobres. Transplante, portanto, no Brasil, é SUS e é gratuito.
Por isso, é errado falar-se em fila de candidatos a transplante. O que há é uma lista, que vai se movimentando de acordo com algumas condicionantes, uma delas, a situação de gravidade do paciente. Outra, é a regionalização dos órgãos disponíveis e de seus beneficiários. Alguém que está na iminência de morrer, por estar muito mal no seu estado de saúde, vai receber prioridade no transplante, comparativamente àquele que precisará do órgão mas não está em iminência de morte, mesmo estando há mais tempo na lista.
TRANSPARÊNCIA
O processo de transplante é todo transparente, com troca de informações e documentos entre equipes médicas e familiares. A única coisa que é segredo é o nome do doador. Assim como acontece em todos os países civilizados, preservar-se o nome do doador e de seus familiares. A pessoa poderá até vir futuramente saber quem foi o doador, mas isso se fizer outro tipo de investigação. Nunca através do sistema SUS.
Agora, aproveitar-se de um fato como esse, que permite ao apresentador Faustão receber um coração que tornará possível continuar vivendo, para falar mal do SUS e de seu sistema, é de uma perversidade insana, que só tem um efeito concreto: desacreditar os transplantes e abalar o desejo das pessoas e das famílias em realizarem doações ao morrerem. Sabe-se que o volume de doações no Brasil é baixo, muita aquém do que se deseja e se necessita. Campanhas maldosas, como se tem visto nas redes sociais, atacando o sistema de transplantes do SUS, é de uma maldade e de uma desumanidade sem precedentes. É preciso que os brasileiros não entrem nisso; é importante não permitirem que a fofoca e a maldade possam abalar e descredibilizar um sistema de transporte tão eficiente e benéfico quando este do SUS.
ESTUDO DO SINDIFISCO MOSTRA QUE PROFESSOR PAGA MAIS IR QUE MILIONÁRIOS
Um levantamento inédito realizado pelo Sindifisco Nacional, o sindicato que representa os auditores-fiscais da Receita Federal, com dados extraídos do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2022, tendo 2021 como ano base, mostra que os milionários brasileiros pagam alíquotas bem inferiores às que são cobradas historicamente de profissionais de renda média e alta, como médicos, professores, policiais, e outras categorias.
De acordo com esse levantamento do Sindifisco, contribuintes que declararam ganhos totais acima de 160 salários-mínimos em 2021, ou seja, cerca de R$ 2,1 milhões no ano, ou R$ 176 mil por mês, pagaram em média uma alíquota do Imposto de Renda inferior a 5,5%. Isso representa uma taxa bem menor do que pagaram professores do ensino fundamental (8,1%), enfermeiros (8,8%), policiais militares (8,9%) ou assistentes sociais (8,8%), em média, e que declararam rendimentos totais no ano abaixo de R$ 94 mil.
Essas gritantes distorções, que penalizam os menores rendimentos e estimulam a ganância dos super-ricos, está na mira do Governo, mas a proposta de taxar as grandes fortunas foi recentemente rejeitada pela Câmara dos Deputados, o que mostra o quanto é difícil conseguir avanços sociais, com um congresso que fecha os olhos para injustiças dessa dimensão.