XP oferece carteira automatizada de ações para toda a base de clientes

Investimento automatizado é comum no exterior e ganha força no Brasil. Nova opção dá acesso a 20 carteiras para investir em ativos da Bolsa

Uma nova sinalização de que o mercado de renda variável se torna cada vez mais sofisticado em nível de informação foi dada, agora pela XP. A plataforma está lançando para toda a base de clientes sua carteira automatizada de investimentos. Combinando inteligência de dados e as recomendações dos especialistas, a ferramenta promete facilitar o investimento em ativos da bolsa com o objetivo de superar a performance do índice de referência.

A novidade chega ao mercado depois de um período de testes, feito em uma ação pontual durante a Black Friday. Agora, está disponível aos clientes através do assessor de investimentos. É preciso fazer um investimento mínimo de R$ 10 mil para alocar nas carteiras recomendadas e é cobrada uma taxa de corretagem sobre o valor financeiro negociado. Atualmente, 20 carteiras estão disponíveis com ativos de liquidez D+2 (dois dias úteis).

XP oferece carteira automatizada de ações para toda a base de clientes

De acordo com a empresa, boa parte delas é rebalanceada no primeiro dia útil do mês. Entre as opções com maior destaque, a casa cita a XP Top Dividendos, com grande parte da exposição às empresas do setor Elétrico. Desde o início da carteira, em julho de 2018, até o último mês de janeiro, o retorno foi de +68,7%, o que se compara com +54,8% do Índice Bovespa.

Ao escolher uma ou mais carteiras recomendadas dentro do perfil e cenário de mercado, e sinalizar o valor que deseja aplicar, o investidor pode posicionar-se em renda variável ou seguir alguma estratégia específica, como small caps, dividendos, internacional, entre outros. Sempre que o cenário mudar, haverá a revisão sobre as empresas selecionadas até então, pelos especialistas, e o robô efetua o rebalanceamento automaticamente, sem o investidor precisar fazer isso sozinho.

O mecanismo busca atender a duas frentes: os investidores que estão começando e os mais experientes no mercado financeiro e que querem agilidade na escolha de ativos de renda variável. Em comum, todos querem ser beneficiados pela redução de perdas geradas por escolhas influenciadas por padrões mentais e não tão adequadas do ponto de vista de retorno financeiro.

No caso da XP, o investidor recebe dividendos e tem a possibilidade de custódia remunerada — além da utilização dos ativos como margem.

Inteligência artificial ganha escala entre as gestoras

O anúncio da XP segue em linha ao movimento verificado nos últimos anos que impulsionou o investimento automatizado no exterior. No Brasil, a prática ganhou força com mais ênfase a partir do ano passado. Em fevereiro de 2021, o Santander anunciou a extensão do serviço que já estava disponível para 1.200 clientes, em fase de testes, desde o fim de 2020. Com isso, os investidores passaram a ter a possibilidade de contratar o rebalanceamento automático por meio do gerente da agência bancária ou do assessor de investimentos.

Em março do mesmo ano, o BTG lançou a carteira recomendada automatizada com opções focadas em ações; ativos de empresas menores (small caps); trimestral, com as recomendações de empresas distribuidoras de dividendos. O valor inicial para aplicações, no entanto, é maior: R$ 50 mil (veja os detalhes). Considerando apenas a rentabilidade acumulada pela carteira de Ações 10SIM, em dezembro de 2021, o desempenho foi de -17,1%, contra -14,4% do Ibovespa. No período desde outubro de 2009, contudo, a rentabilidade acumulada pela carteira é de +233,2%, contra +65,6% do Ibovespa

Em alguns casos, o uso da 'robotização' é anterior aos produtos. A Warren, por exemplo, nasceu como uma solução automatizada de carteira sugerida de investimento e foi ampliando o portfólio de serviços na medida em que percebeu que os investidores, em especial aqueles com grandes cheques, gostam de se relacionar com humanos para investir.

A inteligência artificial é empregada para analisar relatórios e o desempenho de fundos quantitativos na Itaú Asset e, também no BTG. As gestoras investem em algoritmos sofisticados para procurar, ler e consolidar informações sobre empresas, em balanços, comunicados, relatórios, notícias e até redes sociais para montarem suas carteiras de ações.

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