Amazon, maior varejista do planeta, lança nesta terça-feira seu serviço de assinatura para clientes no Brasil, em mais um movimento com foco no aumento de sua participação no comércio eletrônico do mercado mais importante da América Latina. As informações são da Época Negócios.
Os clientes que optarem em assinar o Amazon Prime (R$ 9,90 por mês ou R$ 89,00 por ano) terão direito a frete grátis na compra de produtos com o selo da categoria, além de acesso a conteúdos como filmes, séries, música, jogos e um catálogo rotativo de revistas e livros.
— O Brasil é o 19º país que lançamos o serviço e é o maior lançamento da história do premie, do ponto de vista dos benefícios que a gente vai ofertar desde o primeiro dia — afirmou Alex Szapiro, gerente de Operações da Amazon no Brasil.
O valor da assinatura está abaixo do praticado no mercado dos Estados Unidos, onde o custo anual está em US$ 119 (cerca de R$ 485), mas superior ao praticado em outros países emergentes, como a Índia, em que o valor da assinatura é equivalente a US$ 14,12 (ou menos de R$ 60). O preço varia de acordo com os benefícios que são oferecidos em cada local.
A filial brasileira da varejista norte-americana começou sua operação local em 2012, com a comercialização de livros. A partir de 2017, a empresa passou a oferecer outros itens, por meio de parceiros que usavam o site como portal de vendas, no modelo conhecido como "market place". A partir de janeiro deste ano, a Amazon começou a oferecer a venda direta de 19 categorias de produtos, de celulares, brinquedos e eletrodomésticos até cosméticos.
No início do serviço prime no país, clientes de 90 cidades brasileiras — incluindo capitais como Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília — poderão receber suas encomendas dois dias após a compra. Em outras regiões, essa entrega será feita a partir do terceiro dia.
Esses prazos poderão ser alterados a depender da época do ano, mas Szapiro esclarece que se isso tiver que acontecer, o cliente saberá qual será o prazo de entrega exato antes de efetuar a compra.
— O consumidor brasileiro estava acostumado, em nossa visão, com um serviço muito ruim (...) Eu prefiro dizer que vou entregar em dez (dias) e entregar em oito, do que dizer três e entregar em dez — pondera o executivo.
A empresa não abre seus números, por isso Szapiro não adiantou quantas adesões espera ter ao novo serviço. O executivo lembra apenas que em agosto do ano passado, a Amazon tinha 100 milhões de clientes prime em todo o mundo.
— Uma boa experiência é que vai gerar crescimento, com o cliente encontrando o produto que procura, com uma entrega rápida e um bom preço — argumenta Szapiro.
O Brasil é o décimo maior mercado do comércio eletrônico, segundo a consultoria global Shopify. Seis em cada dez vendas online no país são feitas numa das dez maiores varejistas, diz a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Alberto Sorrentino, consultor da Varese Retail Strategy, explica que esse modelo de assinaturas foi criado pela Amazon, mas já é replicado em outros lugares. No Brasil, o Submarino Prime, do grupo B2W, possui um custo anual de R$ 79,90 e o cliente tem direito a frete gratuito para os produtos com o selo do programa. O aplicativo de entregas Rappi também tem um serviço de assinatura por R$ 19 ao mês.
Para o consultor, uma empresa, para adotar esse modelo, precisa ter uma base de clientes relevante na área em que vai atuar e saber a frequência de compra do seu público.
— O cliente só vai assinar se ver uma vantagem nisso. A partir desse ponto, ele vai intensificar a frequência e vai ficar menos sensível aos preços dos produtos. Dessa forma, a empresa não precisa ser tão agressiva nos preços — disse.
As categorias que possuem a maior frequência de compra são a de alimentos, seguido por higiene, cuidados pessoais e produtos de beleza. No Brasil, a Amazon não trabalha com as duas primeiras categorias.
Outro desafio para uma empresa que adota esse modelo é o o da logística. Para Sorrentino, quem está mais preparado no Brasil é o Magazine Luiza, mas vê que o Mercado Livre e a própria Amazon estão se aperfeiçoando.
— O Mercado Livre não tinha logística própria, mas viu que isso era necessário para crescer e então passou a investir em centros de distribuição em que o vendedor pode utilizar — disse.