No começo do dia 30 de Dezembro de 2006, sob os olhares curiosos de seus algozes e de centenas de pessoas que queriam presenciar o ato, o ditador Saddam Husssein, do Iraque, foi executado diante do Clérigo Muçulmano.
A TV AL-HURRA registrou as imagens da execução. Saddam foi enforcado minutos antes das 6 horas da manhã, em BAGDÁ (1 hora de hoje pelo horário de BRASÍLIA), anunciou a TV iraquiana AL-HURRA, emissora criada e financiada pelos EUA. A hora da execução foi combinada entre autoridades iraquianas e americanas. Por volta das 5:30 horas locais, um clérigo muçulmano chegou ao local para ouvir as últimas palavras do ex-ditador, deposto em abril de 2003 por uma invasão internacional liderada pelos EUA.
O local exato da execução de SADDAM, que tinha 69 anos, não foi imediatamente divulgado. A TV informou apenas que ocorreu na chamada ZONA VERDE DE BAGDÁ, área que se caracteriza por um fortíssimo esquema de segurança. Mesmo assim, muitas pessoas compareceram ao local.
Exilada na JORDÂNIA, RAGHD, filha de SADDAM, pediu que o corpo do ex-presidente fosse enterrado provisoriamente no Iêmen, “ até que o Iraque seja libertado e ele possa ser sepultado em seu país.”
Numa última tentativa de evitar o enforcamento, advogados de SADDAM entraram à noite com um pedido na Justiça dos EUA para tentar bloquear a transferência da custódia do ex-ditador às autoridades iraquianas. A petição foi negada.
Preocupados com a reação que a execução de SADDAM pode provocar na população iraquiana, os ESTADOS UNIDOS avisaram que suas forças militares no IRAQUE estariam preparadas para enfrentar uma eventual onda de violência. “As forças americanas estão obviamente em alto estado de alerta por conta da situação de segurança do momento”, disse um porta-voz do PENTÁGONO.
Na véspera do enforcamento, mais três militares americanos morreram em confrontos ocorridos em BAGDÁ e arredores. Com isso, o mês de dezembro configura-se como o mais sangrento de 2006 para os militares dos ESTADOS UNIDOS no IRAQUE, com 106 mortos. Desde o início da guerra, em março de 2003, o total de militares americanos mortos no país do GOLFO PÉRSICO já alcança 2.993
A violência se ampliou no IRAQUE, nas horas seguintes ao enforcamento do ex-ditador SADDAM HUSSEIN. Pelo menos 72 pessoas morreram e 135 ficaram feridas em quatro atentados. SADDAM, de 69 anos, havia sido condenado pela morte de 148 pessoas em 1982. Ele foi executado às 6 horas (uma hora da madrugada no BRASIL), no edifício que sediava seu próprio serviço de inteligência, em BAGDÁ.
Ao ser levado à forca, ele vestia um terno preto, aparentava perplexidade e segurava o ALCORÃO. No último momento, não deixou que lhe pusessem um capuz na cabeça, proferiu insultos contra o Ocidente e fez a profissão de fé muçulmana. Segundo um juiz que acompanhou o enforcamento, suas últimas palavras foram: “Este é meu fim, mas eu comecei minha vida como um combatente e um militante político, então a morte não me assusta”. Testemunhas contaram que a execução foi rápida – ouviu-se um estalo e o corpo pendeu inerte, assim ficando por dez minutos, até que a morte foi atestada. A TV estatal IRAQIYA mostrou os momentos finais de SADDAM, mas não o enforcamento em si.
A família de SADDAM HUSSEIN decidiu hoje que o corpo do ex-ditador iraquiano será enterrado na cidade de RAMADI, distante cerca de 100 km de BAGDÁ. Segundo comunicado oficial de seus parentes, SADDAM havia pedido para ser enterrado em AWJA ou RAMADI. A opção foi tomada por “razões particulares da família e a situação da segurança predominante no IRAQUE”, diz a nota.