Foi no dia 01 de Abril de 1873 que o RMS Atlantic, um navio Transatlântico da White Star Line que operava entre Liverpool, Reino Unido e a cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, chocou-se com uma rocha e afundou na costa da Nova Escócia, Canadá, matando ao menos 535 pessoas.
O transatlântico fazia a 19ª viagem.
Por muito tempo, este permaneceu como o mais mortal desastre marítimo no Atlântico Norte até o naufrágio do La Bourgogne em 2 de julho de 1898 e o maior desastre da White Star Line até a perda do Titanic em abril 1912.
O Atlantic foi construído pela Harland and Wolff em Belfast em 1870, e foi o segundo navio construído pela recém criada White Star Line. Era alimentado por um motor a vapor que produzia 600 cavalos de força (450 kW) conduzindo uma única hélice, juntamente com quatro mastros para as velas. Navegou para Nova Iorque em sua viagem inaugural em 8 de junho de 1871.
Quartel-mestre John Speakman levou vários sobreviventes à terra nadando até as rochas próximas, criando uma ligação entre o navio e a terra.
John Hindley, a única criança salva do naufrágio do Atlantic.
Em 20 de março de 1873 o Atlantic partiu em sua 19ª viagem de Liverpool com 952 pessoas a bordo, dos quais 835 eram passageiros. No caminho, o capitão decidiu aportar em Halifax, Nova Escócia, para reabastecer o navio com carvão para as caldeiras.
Durante a aproximação a Halifax, na noite de 31 de março, o capitão e o terceiro oficial estavam na ponte até meia-noite enquanto o Atlantic entrava dentro de uma tempestade, seguindo a 12 nós (22 km/h) para a entrada do porto de Halifax, com visibilidade intermitente e mar agitado. Sem o conhecimento da tripulação ou passageiros, o Atlantic estava aproximadamente a 12 milhas e 1⁄2 (20,1 km) fora do curso a Oeste do Porto de Halifax. Os oficiais falharam por não conseguir fazer sondagens, postar um vigia no mastro, reduzir a velocidade ou acordar o capitão quando se aproximavam da costa desconhecida. Eles de alguma forma não identificaram o Farol da Ilha Sambro, o grande farol que avisa os marinheiros dos baixios rochosos a oeste da entrada do porto.
Às 3:15 da manhã (hora local) de 1º de abril de 1873, o Atlantic atingiu uma rocha submersa em Marr's Head, Meagher's Island (agora Mars Head, Mars Island), Nova Escócia. Todos os 10 bote salva-vidas foram baixados pela tripulação mas foram todos varridos pelas ondas ou esmagados quando o navio rapidamente se encheu de água e virou parcialmente. Sobreviventes foram forçados a nadar ou escalar cordas, primeiro para uma rocha varrida por ondas e depois para uma costa árida.
Moradores da pequena vila de pescadores de Lower Prospect e Terence Bay logo chegaram para ajudar no resgate e abrigar os sobreviventes, mas pelo menos 535 pessoas morreram, deixando apenas 371 sobreviventes.O manifesto de viagem do navio indica que, dos 952 a bordo, 156 eram mulheres e 189 eram crianças (incluindo duas que tinham nascido durante a viagem). Todas as mulheres e todas as crianças morreram, exceto por um menino de doze anos de idade, John Hindley. Dez tripulantes pereceram, enquanto 131 sobreviveram.[5] Esta foi a pior perda de vidas civis no Atlântico Norte até o naufrágio La Bourgogne em 2 de julho de 1898. O inquérito do governo canadense foi concluído com a declaração: "a conduta do Capitão Williams na administração de seu navio durante as doze ou catorze horas anteriores ao desastre, estava tão gravemente em desacordo com o que deveria ter sido a conduta de um homem colocado em sua posição de responsabilidade."