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Tragédia de Brumadinho há dois anos, segue como uma ferida aberta

O acidente de Brumadinho, de dois anos atrás, causou a morte de 259 pessoas e o desaparecimento de outras 11, o que, provavelmente, eleva o número de vítimas fatais para 270 pessoas

Hoje está fazendo dois anos do rompimento de uma barragem da mineradora Vale do Rio Doce, em Brumadinho, Minas Gerais, tragédia anunciada que se deu em 25 de janeiro de 2019, e que foi o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.Foi um dos maiores desastres ambientais da mineração do país, depois do rompimento de barragem em Mariana, este ocorrido em em 05 de novembro de 2015. O acidente de Brumadinho, de dois anos atrás, causou a morte de 259 pessoas e o desaparecimento de outras 11,o que, provavelmente, eleva o número de vítimas fatais para 270 pessoas. No acidente de Mariana, de cinco anos passados, morreram 19 pessoas.

A barragem controlada pela Vale S.A, era um local de armazenamento de rejeitos denominada barragem da Mina Córrego do Feijão, classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos" pela mineradora. Acumulando os rejeitos de um mina de ferro, ficava no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, estado de Minas Gerais.

A tragédia fez com que o Brasil se tornasse o país com o maior número de mortes neste tipo de acidente, somando-se a outros dois desastres com perdas humanas ou graves danos ambientais: o rompimento da barragem da Herculano Mineração, em Itabirito (2014, com três mortes) e o rompimento da barragem em Mariana (2015, com dezenove mortes).

Há um ano os escritores e jornalistas Lucas Ragazzi e Nurilo Rocha lbaçaram o livro “ Brumadinho: A Engenharia de um Crime”, no qual apontam ao menos negligência da Vale em relação ao desastre e suas consequências, quando diz que a “Vale é uma das três maiores mineradoras do planeta, dinheiro não é problema. Mas, enfim, creio que pesou a questão do lucro porque deveriam ter de paralisar as atividades da mina para retirar o centro administrativo. Ele fala que ‘se a Vale levar ao pé da letra [as recomendações] terá de paralisar as atividades’. Ninguém deu um grito ali porque envolvia custos e lucro. Essa é uma pergunta que a Vale deveria responder, mas ainda não respondeu. Responder por que não tomaram uma providência básica como retirar o centro-administrativo do pé da barragem. A maioria das vítimas estava a 1,5 quilômetro da barragem, foi atingida em 34 segundos.

A verdade, finalmente, é que essa tragédia de Brumadinho permanece como uma ferida aberta no peito de centenas de famílias que perderam seus entes queridos. Concretamente, nada foi feito para ao menos reparar os terríveis danos materiais, à vida das pessoas mortas e às consequências psicológicas que vão perdurar para sempre.

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