Na noite de 17 de Outubro de 1977, foram libertados ilidis todos os 86 passageiros e 5 tripulantes do Voo Lufthansa 181, da empresa alemã, que fazia o percurso entre Palma de Maiorca, na Espanha, e Frankfurt, na Alemanha. O avião fora sequestrado em 13 de Outubro e todos ficaram reféns durante cinco dias, nas mãos de quarto integrantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina.
A aeronave, conhecida como Landshut, transportava 86 passageiros e cinco tripulantes, e durante cinco dias vagou entre a Europa, o Oriente Médio e a África, enquanto se desenrolavam as negociações, até ser invadida por um comando antiterrorista alemão em Mogadíscio, na Somália, na noite de 17 de outubro. Com essa ação vigorosa e bastante planejada, os passageiros foram libertados ilesos e três dos quatro sequestradores mortos. O sequestro foi feito em apoio às ações do grupo extremista alemão Fração do Exército Vermelho, também conhecido como Grupo Baader-Meinhof e foi o ponto culminante da crise conhecida como Outono Alemão.
As 11h00 de quinta-feira, 13 de outubro de 1977, o voo LH181 da Lufthansa, Boeing 737-200 Landshut, levantou voo do aeroporto de Palma de Maiorca, na Espanha, em direção a Frankfurt, na Alemanha, pilotado pelo comandante Jürgen Schumann, o co-piloto Jürgen Vietor e com as comissárias Gabriele Dillmann, Anna-Maria Staringer, Hannelore Piegler e 86 passageiros a bordo. Trinta minutos depois, quando sobrevoavam Marselha, na França, o avião foi sequestrado por um comando da PFLP, liderado pelo palestino Zohair Youssif Akache, de 23 anos, que chamava a si próprio de "Capitão Martyr Mahmud". Os outros sequestradores eram a também palestina Souhaila Andrawes (22), o Wabil Harb (23) e a Hind Alameh (22), os dois últimos libaneses. "Mahmud" ordenou a Schumann que voasse para Chipre, mas pela pouca autonomia do avião, foram obrigados a fazer uma primeira parada em Roma, na Itália.
A aeronave mudou de rota e dirigiu-se à Roma para reabastecimento. O comando palestino, agindo em conjunto com o Comando Siegrified Hausner, do Grupo Baader-Meinhof, que havia sequestrado semanas antes na Alemanha o empresário Hanns-Martin Schleyer, tornou pública a exigência de libertação de 11 integrantes do Baader-Meinhof, incluindo os líderes presos na prisão de segurança máxima de Stammheim, em Stuttgart, de mais dois palestinos presos e US$ 15 milhões de dólares em resgate.
O governo alemão tentou persuadir o governo italiano a agir furando os pneus da aeronave e impedindo o prosseguimento do voo, mas o primeiro-ministro italiano, Francesco Cossiga, preferiu se livrar do problema em seu território, permitindo o reabastecimento do avião, que levantou voo em direção à Chipre sem nem esperar permissão de decolagem da torre do aeroporto.
O Landshut aterrissou no aeroporto de Larnaca, em Chipre, às 20h28 hora local. Depois de uma hora, um contato foi feito com os sequestradores por um emissário da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que pelo rádio tentou persuadir 'Mahmud' a libertar os passageiros, recebendo apenas impropérios de volta. A aeronave foi reabastecida e o comandante Schumann pediu ao controle de voo uma rota para Beirute. Informado de que os libaneses haviam fechado o aeroporto para eles, a aeronave levantou voo dirigindo-se a Damasco, na Síria, de onde também, recebeu, durante o voo, a negativa para permissão de aterrissagem. Após terem negados os pedidos de aterrissagem também no Kuwait e em Bagdá, o voo 181 dirigiu-se para o Barém.
Barém
A caminho do Barém, Schumann foi avisado por um piloto da Qantas em sua rota, que as autoridades do país haviam fechado o aeroporto. Pelo rádio, o comandante avisou à torre que não tinha mais combustível e precisava pousar de qualquer maneira. O avião acabou tendo permissão de pouso e aterrissou à 01h52 da manhã, sendo imediatamente cercado por tropas do exército. Mahmud avisou à torre pelo rádio da cabine de comando que a menos que as tropas se retirassem ela iria fuzilar o co-piloto. Com o prazo dado de cinco minutos se esgotando, as tropas foram retiradas, o avião reabastecido e o Landshut levantou voo para Dubai.
Dubai
Aproximando-se de Dubai, eles mais uma vez tiveram negada a permissão de aterrissagem. Sobrevoando o aeroporto nas primeiras horas da manhã, eles puderam ver a pista bloqueada com caminhões e carros de bombeiro. Schumann avisou a torre que pousariam de qualquer maneira devido à falta de combustível e num último voo baixo viram os obstáculos sendo removidos. As 05:40, o co-piloto Vietor fez uma aterrissagem normal na pista principal do aeroporto.
Em Dubai, os sequestradores pediram à torre comida, água, jornais e a retirada do lixo do avião. O comandante Schumann conseguiu enviar uma mensagem dentro do lixo comunicando o número de sequestradores às autoridades. Entretanto, o ministro da Defesa, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, passou essa informação em entrevista à mídia, o que foi ouvido por 'Mahmud' possivelmente por rádio no avião, causando uma ameaça de morte a Schumann. A aeronave permaneceu no solo em Dubai durante todo o dia e a noite seguintes, e pela manhã os sequestradores ameaçaram começar a matar reféns se o avião não fosse reabastecido, com o que as autoridades finalmente concordaram.
Neste meio tempo, Hans-Jürgen Wischnewski, o ministro designado pelo governo alemão para cuidar do sequestro e o coronel Ulrich Wegener, comandante do GSG 9, grupo antiterror federal alemão, haviam chegado a Dubai e tentavam permissão junto ao governo para que a equipe de comandos pudesse invadir o avião. O pedido foi recusado pelo sheik Mohammed, que só admitia que essa ação fosse realizada por suas próprias tropas. Enquanto a negociação continuava entre alemães e árabes, o Landshut, reabastecido, levantou voo para Omã. Com a permissão de aterrissagem novamente negada, o voo 181 dirigiu-se para Aden no Yemen, no alcance máximo de seu combustível.
Aden
Em Aden, mais uma vez o avião teve sua permissão de pouso negada, e as duas pistas principais do aeroporto foram bloqueadas por veículos. Sem outro lugar para ir pela falta de combustível, o plano dos tripulantes era gastar o restante de combustível sobre a cidade e tentar um pouso de emergência na longa pista de areia paralela às pistas principais, o que foi conseguido. Instados a partir pelas autoridades, a tripulação estava temerosa de voar novamente com o avião nas condições em que estava após o pouso de emergência e Schumann teve permissão para deixar a aeronave e inspecionar os possíveis danos causados nos trens de pouso e nos motores pela aterrissagem na areia. Entretanto, o comandante demorou a voltar a bordo, mesmo após as ameaças de 'Mahmoud' de explodir o avião. Essa demora, possivelmente se deveu a um contato pessoal feito em terra entre Schumann e as autoridades de Aden, para que impedissem o voo de continuar e atendessem às exigências dos sequestradores.
Após o retorno voluntário de Schumann ao avião, 'Mahmud', irado, forçou-o a se ajoelhar no corredor entre as poltronas do avião e, na frente dos passageiros, matou-o com um tiro na cabeça, sem lhe dar a chance de qualquer explicação.[6] O avião foi reabastecido pela madrugada e o co-piloto Vietor, cuidadosamente o retirou da pista de areia e no comando da nave levantou voo para Mogadíscio, capital da Somália, com o corpo de Schumann a bordo.